Os Estados Unidos atribuem os protestos em Cuba a uma “situação desesperada” devido aos apagões e à escassez de alimentos, e consideram absurda a acusação de interferência, afirmou um porta-voz do Departamento de Estado nesta segunda-feira (18).

“Os Estados Unidos não estão por trás destes protestos em Cuba e a acusação é absurda”, declarou Vedant Patel a jornalistas depois que o encarregado de negócios da embaixada americana em Havana, Benjamin Ziff, foi convocado à chancelaria.

O vice-ministro Carlos Fernández de Cossío “transmitiu formalmente” a Ziff “o firme repúdio à conduta intervencionista e às mensagens caluniosas do governo americano e sua embaixada em Cuba nos assuntos internos da realidade cubana”, destacou a chancelaria em um comunicado.

No domingo, centenas de pessoas protestaram em Santiago de Cuba, no leste da ilha, após vários dias de apagões de até 13 horas diárias, e pela escassez de comida.

“Penso que o que estamos vendo é um reflexo da situação desesperada na ilha”, avaliou o porta-voz do Departamento de Estado.

Washington pede “ao governo cubano que se abstenha da violência e das prisões injustas, e pedimos às autoridades que respeitem o direito dos cidadãos cubanos a se reunirem pacificamente”, acrescentou.

Neste fim de semana, os cortes de luz se agravaram com a escassez de combustível.

Cuba considera que a situação melhoraria se os Estados Unidos a tirassem da lista de patrocinadores do terrorismo, uma medida que dificulta as transações comerciais e os investimentos da ilha.

O então presidente democrata Barack Obama a tirou desta lista em 2015, mas o país foi incluído de novo ao final do mandato do republicano Donald Trump.

Seu sucessor, o democrata Joe Biden, que foi vice-presidente de Obama, a manteve.

Além disso, Cuba está sob embargo econômico dos Estados Unidos há mais de seis décadas.

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