EUA: ativista de extrema direita renuncia após polêmica sobre pedofilia

EUA: ativista de extrema direita renuncia após polêmica sobre pedofilia

Milo Yiannopoulos, editor do site de notícias de extrema direita Breitbart, deixou o cargo, em meio à polêmica gerada por seus comentários no fim de semana, em um vídeo no qual pareceu aceitar a pedofilia.

Esse provocador de extrema direita e ardoroso defensor do presidente Donald Trump não é alheio às controvérsias: o Twitter fechou sua conta por uma perseguição on-line à atriz negra Leslie Jones em julho passado.

Este mês, a Universidade da Califórnia- Berkeley cancelou um discurso que faria, após violentos protestos contra ele. Trump reagiu, ameaçando retirar os fundos federais da universidade.

Yiannopoulos, um britânico de 33 anos, provocou desta vez uma polêmica quando no fim de semana foi divulgado um vídeo, no qual defendia as relações sexuais com crianças de 13 anos. Na gravação, ele aparece falando com os apresentadores de um programa de rádio.

“Não, não, não, você está entendendo mal o que é pedofilia”, afirma Yiannopoulos.

“A atração sexual por alguém de 13 anos, que é sexualmente maduro, não é pedofilia. Pedofilia é a atração por crianças que não alcançaram a puberdade”, afirma no vídeo, insistindo em que a ideia do consentimento é “arbitrária e opressiva”.

Editor de tecnologia do Breitbart, Yiannopoulos é um extravagante ativista criticado por ser considerado racista e misógino, mas que se considera um cruzado gay contra o “politicamente correto”.

Também é um ruidoso seguidor de Trump, a quem chamou de “Daddy” durante a campanha eleitoral.

Yiannopoulos planejava falar na próxima sexta-feira (24) em um evento convocado pela chamada Conferência de Ação Política Conservadora. O convite foi retirado.

“Devido à revelação de um vídeo ofensivo nas últimas 24 horas, no qual a pedofilia é justificada, a Conferência de Ação Política Conservadora decidiu retirar o convite”, justificou o chefe do grupo que patrocina a conferência, Matt Schlapp.

A editora Simon & Schuster informou, por sua vez, que cancelou a publicação de “Dangerous”, um manifesto e livro de memórias do próprio Yiannopoulos.