O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira o novo pacto comercial conhecido como T-MEC, negociado durante três anos com Canadá e México, para substituir o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), antecipando um “futuro glorioso” para a indústria americana.

“Hoje, finalmente estamos encerrando o pesadelo do Nafta”, disse Trump na cerimônia de assinatura do novo Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC), que considera um “triunfo histórico” para os trabalhadores dos Estados Unidos.

A promulgação do T-MEC foi o último ato do longo processo que teve início com a chegada do presidente republicano à Casa Branca em janeiro de 2017, até a adoção final pelo Congresso americano do texto, em meados de janeiro, após um ano de negociações com a oposição democrata.

Segundo analistas, o T-MEC conserva muitos elementos da Nafta, um gigantesco acordo de uniu os três países em uma rede complexa de regras e serviços comerciais. Mas ele traz mudanças.

Ele altera as regras de conteúdo na fabricação de automóveis para impulsionar a geração de emprego nos Estados Unidos e requer salários mais altos para alguns trabalhadores da indústria automotiva americana.

Também altera pautas de comércio eletrônico, proteção da propriedade intelectual e solução de controvérsias para os investidores, além de impor disposições trabalhistas mais rigorosas, que requerem reformas na legislação mexicana.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

O México ratificou o novo acordo em 10 de dezembro, e espera-se que o Canadá faça o mesmo nas próximas semanas.

Para Trump, a “vitória colossal” do T-MEC se encaixa perfeitamente em sua mensagem de campanha “Estados Unidos em primeiro”, a meses da difícil corrida para a reeleição de novembro, e enquanto se desenrola o julgamento político contra ele no Senado por suposto abuso de poder e obstrução do Congresso.

“Duas décadas de políticos se candidataram ao cargo prometendo substituir o Nafta (…), mas quando foram eleitos nem tentaram”, disse a membros do governo, legisladores, representantes sindicais e trabalhadores reunidos o pórtico sul da Casa Branca.

“Não sou como esses outros políticos, acho que de vários maneiras”, disse. “Cumpro minhas promessas”, completou.

Com o Nafta, “perdemos nossos trabalhos, fechamos nossas fábricas e outros países fabricaram nossos carros. Mas mudamos isso”, afirmou. “O T-MEC encerrou essas terríveis lacunas”.

O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, que liderou as negociações de Washington para o T-MEC, classificou-o como um “grande acordo histórico”.

O Nafta, disse, tinha sido “muito controverso desde o começo” e muitos legisladores posteriormente lamentaram tê-lo apoiado.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias