28/08/2024 - 15:42
Os Estados Unidos expressaram apoio, nesta quarta-feira (28), ao seu embaixador no México, Ken Salazar, afirmando que compartilham de “suas preocupações” sobre a polêmica reforma judicial promovida pelo governo do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.
“Como parceiros e amigos, compartilhamos nossas preocupações sobre as reformas constitucionais propostas”, publicou o chefe da diplomacia americana para a América Latina, Brian Nichols, na rede social X.
A reforma controversa, que será discutida na legislatura que começa em 1º de setembro, propõe que juízes e magistrados sejam eleitos por voto popular.
Dias atrás, Salazar estimou que a reforma “ameaça” a relação comercial entre os dois países e representa um “risco” para a democracia mexicana.
Tais afirmações levaram López Obrador a enviar uma nota diplomática em protesto contra a “declaração de ingerência” do embaixador e a colocar “em pausa” na terça-feira sua relação com Salazar e com a embaixada do Canadá, que também critica os planos do México.
A relação com Salazar “é boa, mas está em pausa”, disse o mandatário de esquerda, explicando que não se trata de uma “pausa” na relação com o governo de Joe Biden, mas com a embaixada, até que confirmem “que vão respeitar a independência do México”.
“Salazar e eu compartilhamos um profundo respeito pela soberania do México”, respondeu Nichols, insistindo que os dois países “devem trabalhar juntos como parceiros e igualmente para promover a segurança e a prosperidade na América do Norte”.
“Estamos sempre trabalhando com o máximo respeito pela soberania do México”, afirmou Salazar em uma mensagem publicada na terça-feira no X.
O México é o principal parceiro comercial dos Estados Unidos e ambos os países, junto com o Canadá, fazem parte do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC).
O intercâmbio comercial entre México e Estados Unidos alcançou 745 bilhões de dólares em 2023 (cerca de 3,6 trilhões de reais, em valores da época), segundo dados oficiais mexicanos.
Um grupo de senadores americanos endossou na terça-feira as críticas feitas por Salazar, estimando que as mudanças na Constituição “minariam a independência judicial” e colocariam “em perigo” os interesses econômicos bilaterais.
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