EUA anuncia tarifas progressivas à Nicarágua por políticas ‘irracionais’

Os Estados Unidos passarão a aplicar tarifas contra a Nicarágua a partir do ano que vem devido a políticas econômicas e comerciais consideradas “irracionais”, informou nesta quarta-feira (10) o Escritório do Representante Comercial (USTR, na sigla em inglês).

Essas tarifas progressivas, que começam em janeiro de 2026, serão aplicadas a todos os produtos que não fazem parte do Acordo de Livre Comércio dos Estados Unidos com a América Central (Cafta-DR), explicou o órgão em comunicado.

“As tarifas começarão em 0% em 1º de janeiro de 2026 e subirão para 10% em 1º de janeiro de 2027, e para 15% em 1º de janeiro de 2028. Qualquer tarifa será acumulada com outras, como a Tarifa Recíproca existente de 18%”, detalhou o texto.

Após uma investigação de 12 meses, que incluiu mais de 2 mil comentários públicos de indivíduos e empresas, o USTR concluiu que “o regime Ortega-Murillo adota ações, políticas e práticas irracionais que prejudicam e restringem as oportunidades comerciais para empresas americanas na Nicarágua”.

O presidente Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de 79 anos que está no poder desde 2007, e que já governou o país na década de 1980, é acusado por críticos e organizações humanitárias de instaurar uma “ditadura familiar” ao lado da esposa, Rosario Murillo, de 74 anos, nomeada copresidente em fevereiro após uma reforma constitucional.

“A Nicarágua explorou seus próprios trabalhadores, o que resultou em condições de concorrência desleais; confiscou propriedades de instituições religiosas nacionais e estrangeiras, além de bens pertencentes a pessoas ou empresas americanas; e criou um ambiente de alto risco para negócios dos Estados Unidos”, afirma o relatório de 46 páginas.

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