Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (22) que chegaram a um acordo com o Reino Unido para retirar as tarifas sobre as importações de aço e alumínio impostas em 2018, durante o governo de Donald Trump, que alegou motivos de segurança nacional.
“Ao permitir um fluxo de aço e alumínio livre de impostos desde o Reino Unido, aliviamos ainda mais a lacuna entre a oferta e a demanda desses produtos nos Estados Unidos”, declarou a secretária de Comércio, Gina Raimondo, em comunicado. “E ao eliminarmos as tarifas de represália do Reino Unido, reabrimos o mercado britânico para os amados produtos americanos”, acrescentou.
Especificamente, esse novo acordo permitirá a importação de “volumes históricos e sustentáveis de produtos britânicos de aço e alumínio sem a aplicação das tarifas da seção 232”, detalhou o comunicado conjunto.
O anúncio, apoiado pela representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Katherine Tai, explica que se trata de um “acordo fundamental”, que “irá eliminar tarifas de represália sobre mais de 500 milhões de dólares em exportações americanas para o Reino Unido”.
“É uma grande notícia e um impulso bem-vindo para nossas indústrias do aço e do alumínio”, tuitou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Ambos os países haviam anunciado em janeiro o início das negociações para encerrar essa disputa, herdada da era Trump e que contaminava suas relações.
O Reino Unido foi um dos muitos países aos quais os EUA impuseram, em junho de 2018, tarifas adicionais de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, em meio a uma guerra comercial. O governo Biden já havia chegado a acordos com a União Europeia, em outubro, e com o Japão, no começo de fevereiro.
Especificamente, o acordo entre Washington e Londres permitirá a importação de “volumes históricos e sustentáveis de produtos britânicos de aço e alumínio sem a aplicação das tarifas da seção 232”, detalharam autoridades americanas.
– ‘Relação do século XXI’ –
O status do acordo atual empalidece em comparação com o grande acordo de livre-comércio que Boris Johnson deseja.
A assinatura de um tratado bilateral com os Estados Unidos era uma das prioridades dos britânicos após o Brexit, em vigor desde 1º de janeiro de 2021. Enquanto o governo Donald Trump (2017-2021) estava disposto a firmar um acordo bilateral com Londres, o governo Biden deixou o processo morrer.
Os Estados Unidos condicionaram um potencial acordo ao cumprimento estrito do tratado de paz na Irlanda do Norte. A ministra britânica do Comércio Internacional, Anne-Marie Trevelyan, reconheceu hoje que Londres buscava um acordo com Washington “há algum tempo”, e acrescentou que seu governo não estava se rendendo.
A ministra britânica ressaltou que o que está em jogo não é apenas eliminar tarifas, mas responder à necessidade de “construir uma relação comercial do século XXI entre duas grandes nações que possuem valores em comum”.
Tanto Anne-Marie quanto Katherine Tai disseram que continuarão seu diálogo comercial em abril, na Escócia.