O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, criticou nesta quinta-feira (4) a França e outros países que se preparam para reconhecer um Estado palestino, e afirmou que os havia advertido sobre possíveis represálias de Israel por meio da anexação da Cisjordânia.
Rubio se recusou a se juntar à condenação mundial contra o plano de colonização na Cisjordânia aprovado por Israel e que compromete a possibilidade de um Estado palestino.
Cerca de vinte países, entre eles Reino Unido, França, Espanha, Itália e Canadá, rejeitaram em agosto um projeto central de construção de 3.400 casas na Cisjordânia ocupada, pois dividiria esse território palestino em dois.
“Quanto ao que estão vendo com a Cisjordânia e a anexação, não é algo definitivo. É algo que está sendo debatido em alguns setores da política de Israel. Não vou insistir nisso hoje”, disse Rubio no contexto de uma visita à capital equatoriana.
“O que eu direi é que era totalmente previsível”, acrescentou.
O projeto de construção provocou forte oposição internacional. A ONU e a União Europeia pediram a Israel que renunciasse ao plano.
A Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia, condenou rapidamente a medida.
“Dissemos a eles que isso daria lugar a esse tipo de ações recíprocas e que dificultaria o cessar-fogo”, afirmou Rubio.
Ele também insistiu que essa pressão para elevar o status da Autoridade Palestina na Cisjordânia encorajou seu rival Hamas em Gaza.
“No dia em que os franceses anunciaram o que fizeram, nesse mesmo dia o Hamas se retirou da mesa de negociações”, disse Rubio.
O presidente francês, Emmanuel Macron, convocou uma cúpula da ONU em 22 de setembro, na qual reconhecerá o Estado palestino, devido à grave situação humanitária e ao que considera a intransigência de Israel.
Países como Bélgica, Canadá e Austrália se somarão à iniciativa francesa sobre esse reconhecimento.
Na quarta-feira, o ministro das Finanças israelense de extrema direita, Bezalel Smotrich, pediu a anexação de amplas zonas da Cisjordânia com o objetivo de enterrar a ideia de um Estado palestino.
Trump apoiou abertamente o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em sua implacável ofensiva em Gaza após o ataque sem precedentes do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.
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