Os Estados Unidos advertiram, nesta quinta-feira (3), o Irã a não levar adiante seus planos de lançar três veículos espaciais, porque considera que a ação violaria uma resolução da ONU sobre o programa nuclear de Teerã.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que a tecnologia utilizada pelos foguetes para o lançamento de satélites é “virtualmente idêntica” à dos mísseis balísticos, entre os quais se inclui aqueles que poderiam alcançar território americano.

“Os Estados Unidos não vão ficar esperando para ver como as destrutivas políticas do regime iraniano colocam em risco a estabilidade e segurança internacionais”, apontou Pompeo em um comunicado.

“Recomendamos ao regime que reconsidere estes lançamentos provocadores e ponha fim a todas as atividades relacionadas com mísseis balísticos para evitar um maior isolamento econômico e diplomático”, afirmou.

Estes lançamentos e “os ensaios de mísseis não violam a resolução 2231”, respondeu no Twitter o chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Javad Zarif.

“Os Estados Unidos estão infringindo esta resolução e não estão em posição de dar nenhuma lição a ninguém”, acrescentou, em referência à retirada americana do acordo nuclear sobre o Irã de 2015.

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“As ameaças geram ameaças, enquanto a cortesia gera cortesia. Lembro os Estados Unidos disso”, concluiu o chanceler da república islâmica.

O governo iraniano anunciou em novembro que lançaria três satélites ao espaço “nos próximos meses”.

O Irã apostou no desenvolvimento de um programa de satélites que poderia lhe fornecer os rendimentos que necessita diante da difícil situação econômica. As autoridades de inteligência americanas, no entanto, consideram que a tecnologia poderia ser facilmente aplicada a mísseis de longo alcance.

Segundo Pompeo, o lançamento iraniano vai contra uma resolução do Conselho de Segurança da ONU de 2015, que apoia o acordo assinado com a comunidade internacional para pôr fim ao programa nuclear de Teerã e que pede a interrupção do lançamento de mísseis balísticos.

No ano passado, o presidente americano, Donald Trump, saiu unilateralmente do acordo, que tinha sido negociado por seu antecessor Barack Obama, e restabeleceu as sanções contra o Irã.

As potências europeias ainda apoiam o acordo, porque consideram que o Irã está cumprindo o que foi pactado, embora compartilhem da preocupação dos Estados Unidos com o lançamento de mísseis.


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