Os Estados Unidos renovaram suas advertências nesta segunda-feira (26) para as nações africanas sobre os riscos de se associarem aos mercenários do Grupo Wagner, que organizou um levante contra o Estado russo na semana passada.

“Estamos reforçando a mensagem que já transmitimos a esses países, publicamente e em particular no passado, de que sempre que o Wagner entra em um país, morte e destruição o seguem”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, aos jornalistas.

“Vemos o Wagner explorando as populações locais, vemos eles extraindo riquezas locais, vemos abusos contra os direitos humanos”, acrescentou.

“O que aconteceu durante o fim de semana reforça as preocupações que expressamos sobre a instabilidade que o Wagner traz consigo quando entra em conflito”, apontou Miller.

O grupo paramilitar russo está cada vez mais ativo na África, com a junta militar do Mali contratando os mercenários e se aproximando diplomaticamente da Rússia depois que as relações com a França, antiga potência colonial, se deterioraram.

O órgão de direitos humanos das Nações Unidas informou no mês passado que forças estrangeiras, identificadas pelos Estados Unidos como sendo do Grupo Wagner, estavam por trás do massacre de pelo menos 500 pessoas na cidade de Moura, no centro do Mali, em março de 2022.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse nesta segunda-feira em uma entrevista à emissora estatal RT que o pessoal do Wagner que está “trabalhando como instrutores” tanto no Mali quanto na República Centro-Africana continuará suas operações.

Lavrov afirmou que a Europa, e a França em particular, havia “abandonado” os dois países africanos, que por sua vez pediram à Rússia e ao Wagner que fornecessem instrutores militares e “garantissem a segurança de seus líderes”.

O chefe do Wagner, Yevgeny Prigozhin, liderou uma breve revolta durante o fim de semana, com suas forças avançando em direção a Moscou. Até que chegaram a um acordo em que o Kremlin concordou em não acusar membros do grupo, enquanto ele se exilaria em Belarus.

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