O regulador da aviação dos Estados Unidos emitiu nesta sexta-feira (21) um alerta às aeronaves civis que transitam pelo espaço aéreo venezuelano, citando os perigos do “aumento da atividade militar” em meio a um importante deslocamento de forças americanas na região.
A Administração Federal de Aviação (FAA na sigla em inglês) instou as aeronaves na área a “extremar a precaução” devido ao “agravamento da situação de segurança e ao aumento da atividade militar na Venezuela e em seus arredores”.
“As ameaças podem representar um risco potencial para as aeronaves em todas as altitudes, inclusive durante o sobrevoo, as fases de chegada e saída do voo e/ou para os aeroportos e as aeronaves em solo”, indicou.
Washington enviou à região um grupo de ataque de porta-aviões, outros navios de guerra e aeronaves furtivas, um deslocamento que, segundo afirma, tem como objetivo conter o narcotráfico, mas que gerou temores em Caracas de que o verdadeiro objetivo seja uma mudança de regime no país.
O alerta às aeronaves ocorre poucos dias antes de entrar em vigor a designação, pelos Estados Unidos, de um cartel do narcotráfico supostamente liderado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, como organização terrorista, uma medida que alguns acreditam poder prenunciar uma ação militar contra seu governo.
Desde o início de setembro, as forças americanas atacaram mais de 20 embarcações supostamente dedicadas ao narcotráfico no mar do Caribe e no Pacífico oriental, causando a morte de mais de 80 pessoas.
No entanto, os Estados Unidos ainda não apresentaram provas de que as embarcações atacadas eram usadas para o narcotráfico ou representavam uma ameaça ao país, e as tensões regionais se intensificaram como consequência da campanha e do consequente deslocamento militar.
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