Dois militares encarregados no passado do combate à s drogas na Venezuela foram acusados nesta segunda-feira nos Estados Unidos, à revelia, de participar de uma rede de tráfico de drogas que introduziu cocaÃna no território americano, informou a promotoria federal de Nova York.
Os acusados são Nestor Reverol Torres, 51 anos, ex-diretor do Escritório Nacional Antidrogas (ONA) e ex-comandante da Guarda Nacional da Venezuela, e Edylberto José Molina Molina, 53, ex-subdiretor da ONA e atual adido militar na Alemanha.
Reverol, um general que comandava a Guarda Nacional desde 2014, foi substituÃdo pelo presidente Nicolás Maduro em 7 de julho passado.
Em dezembro de 2015, o jornal The New York Times informou sobre o caso envolvendo Reverol e Molina, e chancelaria em Caracas qualificou a notÃcia de “terrorismo judicial e policial”.
Segundo a promotoria federal de Nova York, os dois “utilizaram suas posiÃuas posições de poder para facilitar (a operação de) organizações de narcotráfico”.
A acusação, decretada por um juri popular do Brooklyn, envolve crimes cometidos entre 2008 e 2010, quando os dois trabalhavam na agência venezuelana para o combate às drogas.
Segundo a promotoria, Reverol e Molina receberam dinheiro de narcotraficantes em troca de informações sobre operações policiais que permitiram a saÃda de carregamentos de drogas do paÃs.
A dupla também agiu para liberar drogas apreendidas e libertar suspeitos, impediu prisões de narcotraficantes e bloqueou a deportação de condenados por tráfico de drogas.
De acordo com os promotores, Reverol e Molina definitivamente ajudaram grupos de narcotraficantes a “introduzir cocaÃna para sua distribuição nos Estados Unidos”.
O promotor federal do distrito leste de Nova York, Robert Capers, denunciou o que chamou de “o mais insidioso e perigoso aspecto do narcotráfico internacional – a habilidade dos cartéis de infiltrar e corromper os mais altos escalões do governo”.