EUA acusa Cuba de ‘torturar’ dissidente Ferrer e pede ‘prova de vida’

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, acusou nesta sexta-feira (11) o governo de Cuba de torturar o dissidente José Daniel Ferrer e exigiu uma “prova de vida imediata”, justamente no quarto aniversário dos protestos históricos contra o governo cubano, que foram duramente reprimidos.

Ferrer, líder da União Patriótica de Cuba (Unpacu), esteve entre os 553 prisioneiros libertados em janeiro como parte de um acordo entre Cuba e o Vaticano, após o então presidente Joe Biden ter retirado a ilha da lista de países patrocinadores do terrorismo.

Mas no fim de abril, a liberdade condicional concedida a ele foi revogada, provocando protestos de Washington, que havia voltado a incluir Cuba na lista quando o presidente republicano Donald Trump retornou ao poder em janeiro.

“O regime cubano continua torturando o ativista pró-democracia José Daniel Ferrer”, escreveu Rubio na rede social X nesta sexta-feira.

Na mesma plataforma, a família do dissidente denunciou casos de tortura.

“Torturado até o limite. Cada dia pode ser o último”, escreveu sua irmã, Ana Belkis Ferrer.

Ela relatou que a esposa de Ferrer, Nelva, o visitou na prisão em 8 de julho. “Estava visivelmente machucado, com vários hematomas na cabeça, marcas roxas pelo corpo, o ouvido esquerdo estourado, a garganta ferida, cortes na boca, enfraquecido e com dor extrema”, contou.

Segundo ela, a direção da penitenciária teria ordenado que “13 detentos usados como capangas” o espancassem.

“Bateram nele com crueldade. Enfiaram um pedaço de pau em sua boca, colocaram um funil, taparam seu nariz e o forçaram a engolir uma sopa estragada. Disseram que, se ele vomitasse, o fariam engolir o próprio vômito”, acrescentou.

Rubio também pediu “a libertação de todos os presos políticos”.

Centenas de pessoas foram detidas durante as manifestações de julho de 2021, as maiores desde a revolução de 1959, que deixaram um morto e dezenas de feridos.

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