Os Estados Unidos acusaram quatro soldados pró-Rússia de crimes de guerra por sequestrar e torturar um cidadão americano na Ucrânia, informou nesta quarta-feira (6) o procurador-geral Merrick Garland.

As acusações são as primeiras sob abrigo da lei de crimes de guerra dos Estados Unidos contra “militares associados à Rússia por crimes hediondos contra um cidadão americano”, afirmou Garland em uma coletiva de imprensa em Washington.

Segundo a denúncia, dois dos culpados, Suren Seiranovich Mkrtchyan, 45 anos, e Dmitry Budnik, eram oficiais de unidades militares das Forças Armadas Russas ou da chamada República Popular de Donetsk.

Os outros são soldados de baixa patente, identificados apenas por seus nomes de batismo: Valerii e Nazar.

A vítima, que não foi identificada, vivia na cidade de Mylove, na região de Kherson, no sul da Ucrânia, e “não participava do conflito armado” entre as tropas de Moscou e Kiev, disse Garland.

O Departamento de Justiça afirmou que ela foi sequestrada em abril de 2022 e mantida presa por pelo menos dez dias.

“Mkrtchyan, Valerii, Nazar e outros supostamente atiraram a vítima de bruços no chão enquanto ela estava nua, amarraram suas mãos atrás das costas, apontaram uma arma à cabeça e espancaram-na fortemente”, afirmou o Departamento de Justiça em comunicado.

Budnik ameaçou matá-la e pediu-lhe que dissesse as últimas palavras.

“Pouco depois, Nazar e os outros supostamente realizaram uma simulação de execução”, acrescentou.

“Supostamente forçaram a vítima a deitar-se no chão, colocaram uma arma na sua nuca, depois moveram ligeiramente a arma e dispararam uma bala” ao lado da sua cabeça, especificou ele.

Eles são acusados de três crimes de guerra – confinamento ilegal, tortura e tratamento desumano – e também de conspiração para cometer crimes de guerra, e irão para prisão perpétua caso sejam presos e condenados.

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