Há uma máxima no futebol: “não mexa em time que está ganhando”. Pois bem. Ainda que Jair Bolsonaro tenha sido derrotado nas últimas eleições, não dá para dizer que o bolsonarismo extremista tenha arrefecido. Ao contrário.

Um dos motivos é a para lá de bem-sucedida cadeia de criação e transmissão de fake news, ou pós-verdades, criada por Carlos Bolsonaro, o Carluxo, arruaceiro digital travestido de vereador no Rio de Janeiro. Lembram-se do tal “gabinete do ódio”?

Os milhões de fanáticos bolsonaristas continuam mobilizados em torno de pautas reacionárias e antidemocráticas do patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias, compradas com panetones de chocolate e dinheiro vivo. E, claro, das mentiras.

A mais recente história da Carochinha, inventada e divulgada pelo bolsokid, diz respeito às joias da União surrupiadas pelo Bolso-pai e seus asseclas. Carlos espalhou que, à época, isso era legalmente permitido, mas não era. É mentira. E ele sabe disso.

O moço fez um “recorte” de uma portaria emitida pelo governo Temer, que permitiria a propriedade de presentes considerados “personalíssimos”, inclusive joias, semijoias e bijuterias, e espalhou esse recorte em suas redes sociais.

Porém, o bilontra omitiu – de propósito! – que tal portaria limitava os valores a 300 reais. E mais: que já foi revogada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). E mais ainda: que isso valeria para objetos declarados à Receita Federal, com os devidos impostos recolhidos.

Ou seja, a pós-verdade do Carluxo não se sustenta a uma análise de botequim, mas quem disse que os fanáticos bolsonaristas estão à altura? Após o tuíte do valente, a ordem unida já estabeleceu a inocência do “mito” e a culpa da “Globolixo”, como sempre.

Simultaneamente, o advogado da família, Frederick Wassef – aquele que mocou o miliciano Queiroz em um cafofo em Atibaia -, declarou: Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse, e nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta”.

Bem, ele nunca foi acusado disso, mas está sendo investigado por ter recomprado – mais caro! – o Rolex roubado da União. Aliás, quanto custou e quem pagou a recompra, hein, doutor? Fato é que, assim como Carluxo, o advogado não explica e se complica.

Como eu disse no início desta coluna, em time que está ganhando não se mexe, e Carlos sabe muito bem disso, tanto que continua com o mesmo método. É impressionante como a turba não aprendeu nada nem esqueceu nada, apesar dos fatos cada vez mais conhecidos e evidentes.