O sol raiou, neste sábado, 9, mas não foi um dia de todo feliz. As notícias do terremoto no Marrocos tomaram conta da manhã deste sábado, 10, com a contagem oficial de mais de 1.000 mortos* e feridos pelo desastre do dia anterior.

As mulheres do Desert Women Summit, evento que trouxe lideranças brasileiras ao Marrocos, fizeram um minuto de silêncio antes de começar suas atividades, em respeito às vítimas do desastre que atingiu algumas regiões do país.

Janaína Araújo, CEO da Leke que organizou o evento, comentou: “Lamento pelas famílias, sabemos que é algo que não temos gerência, é um fenômeno da natureza, mas estamos aqui agradecendo por estarmos todas bem.”

Já as empresárias Luiza Trajano e Chieko Aoki decidiram mudar o formato de sua palestra, dando mais espaço de troca entre as demais participantes do encontro. Uma mulher sentada ao lado da outra, em roda, assim a sala de conferência tornou-se um ambiente mais empático e conectado.

Wahib Amin

O que mais foi destaque?

  • A inspiração vinda de Asmea Chahboun, responsável por um centro de formação profissional do Marrocos

Asmea falou sobre o centro de formação, principalmente sobre as mulheres que lutam pela causa feminina ao seu lado, no Marrocos. “Ontem estive com vocês e fiquei muito feliz pois não imaginava que no Brasil as mulheres teríamos a mesma luta que temos aqui.”

Wahib Amin
  • Arremate em uma palavra – Luiza Trajano

Luiza Trajano inicia seu discurso perguntando a todas as mulheres quais palavras elas acham que resume bem os últimos dias: surpresas positivas, conexão, luta, coragem, conhecimento, inspiração, inovação, acesso, transformação…

A empresária relembrou um pouco de sua história e do livro que guarda sua biografia. “O nome Magazine Luiza não é por minha causa. Eu sou fruto de uma família muito empreendedora e simples. Tenho sorte por ser de uma família de mulheres fortes. Tive exemplos”, afirmou.

Comentando mais sobre o período pós-Covid, Luiza contou que o perfil de trabalhador está mais ativo, com pessoas mais dispostas a fazer e acontecer, com mais coragem para arriscar e principalmente as empresas estão olhando mais para o sentimento de seus funcionários. “Inclusive, eu tenho muito medo, mas eu assumo o medo pras pessoas, isso me ajuda e pode ajudar vocês também! Não tenha medo de falar dos seus medos para seus colegas de trabalho”, complementou.

“O fazer e acontecer é a palavra de ordem pós-Covid, daqui cinco anos vocês vão sentir o que o Covid mudou na vida das pessoas”, enfatizou a empresário.

Nem tudo é um mar de rosas. Trajano contou um pouco de como lida com o poder e a influência que adquiriu. “Você tem que saber conviver com os bônus e ônus para qualquer situação, pois a onde eu vou, as pessoas tem muito carinho comigo e por isso fiz um pacto com Deus: ‘Senhor quando vc achar que o poder está me subindo na cabeça, pode me derrubar da escada, pra eu ficar normal e cai muitas vezes mesmo.’’

  • A alma do negócio é a hospitalidade – Chieko Aoki

Em sua fala, Chieko contextualizou um pouco do começo de sua carreira, sobre os momentos que passou ao lado do marido, as vendas do grupo de hotéis Caesar Park etc. “Eu não quero focar nos problemas aqui, o que eu quero dizer é que mesmo debaixo de um terremoto, se você quiser sair, você sai. Eu ia ficar no Japão cuidando do meu marido na época que ele teve um derrame.”

“Na época que queríamos empreender no Brasil não tinha hotéis de qualidade com quatro ou quatro estrelas e meia. Então eu falei, ‘vou desenvolver’ e desenvolvi, no processo teve um tempo que não pude pagar por alguns colaboradores e nessa época tive a comprovação de que estava fazendo as coisas certas, pois quando eles foram para o mercado, conseguiram empregos ótimos. E foi assim que resolvi investir nas pessoas e criar uma equipe. Eu entendi que o que realmente importa é atenção aos detalhes, atenção às pessoas e querer fazer bem ao cliente, e assim comecei a Blue Tree”, afirmou.

Chieko explica que na rede Blue Tree há 21 princípios, os primeiros sendo a formação de boas pessoas, a criação de uma característica sobre a hospitalidade no Brasil, e a influência de todo um setor de serviços para o turismo. “Eu queria que todos os setores desse segmento fossem elevados ao nível ‘uau’! E foi assim que criei a alma da Blue Tree, uma árvore com raízes.”

A empresária falou sobre a alma Blue Tree ser a aprendizagem, o atendimento e a hospitalidade, formando pessoas para ajudar a cuidar de seus hóspedes: “Quero que minha equipe tenha conexões, crie laços com nossos clientes. Nosso propósito é fazer bem para que as pessoas se sintam bem.”

Ela finalizou elogiando o grupo Mulheres do Brasil, no qual faz parte junto a Luiza Trajano. “Nós fazemos isso no grupo, o que nos une é o nosso propósito, nossa razão de viver. Queremos que as mulheres se unam mais, que façam suas florestas e que ajudem outras mulheres.”

  • Deserto do Sahara – Grupo Xaluca

Para almoçar todas as mulheres tiveram a oportunidade de ir até o Hotel Riad Xaluca, em Merzouga, para conhecer o real significado de oásis, uma construção lindíssima, ampla e com uma piscina ao fundo. Cheia de ornamentos tradicionais e vitrais coloridos, onde o Grupo Xaluca serviu uma tradicional comida marroquina em formato bufê, antes de ir à piscina ou fazer um passeio de dromedário pelas dunas do deserto.

O final da noite foi no acampamento privativo, um lugar lindo e único, onde a empresa montou tendas de luxo equipadas de quartos duplos ou triplos com cama, tomadas e chuveiro quente, com direito a secador e tudo! Ao luar de uma noite estrelada e um DJ com fones de ouvido para uma balada individual.

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**Até a publicação deste texto, mais de 2.100 pessoas foram encontradas mortas pelo terremoto no Marrocos, de acordo com informações das autoridades locais