Um dos chavões mais repetidos pelos bolsonaristas em manifestações (golpistas ou não) era: “eu vim de graça”. Era uma forma – correta! – de provocar os militantes petistas, sempre regiamente financiados ou pelos impostos, através de sindicatos e afins, ou mesmo pela costumeira corrupção da turma.

Durante os atos da esquerda anos atrás, descobriu-se que grande parte dos presentes recebia 50 reais e um sanduíche de pão com mortadela para comparecer. Daí o embutido virar sinônimo de petista foi um pulo. Em resposta típica da quinta-série, tão comum aos extremistas (de direita ou de esquerda), surgiu o apelido “coxinha”.

Há muito se desconfiava, mas após a prisão em massa dos golpistas terroristas bolsonaristas em Brasília, sabe-se, hoje, que praticamente todos foram financiados ou por fanáticos (pessoas físicas) ou por empresas ligadas ao antigo desgoverno. Em depoimento, inclusive, muita gente afirmou ter recebido pagamento.

Outra prova do financiamento dos atos golpistas são as despesas que se tornaram públicas, após a quebra do sigilo de 100 anos, do cartão corporativo do ex-presidente Bolsonaro. Ele pagou com a nossa grana, toneladas de comida e milhares de litros de combustível – e vá saber mais o que – para seus idólatras o acompanharem em motociatas alopradas.

Uma frase famosa diz que “não existe almoço grátis”. Bem, paixão, fanatismo, amor incondicional (materno e paterno) e caridade talvez não cobrem nada mesmo nem esperem “retorno do investimento”. Porém, imaginar que partidos políticos, governantes, empresários etc. tentem depor à força um presidente eleito “de graça”, é ser muito bocó.

Os golpistas terroristas, travestidos de manifestantes pacíficos que barbarizam a capital federal e as sedes dos três Poderes, foram sim financiados, e alguns, como provado, receberam ‘diárias’ durante os mais de dois meses acampados às portas dos quartéis. A diferença foi só o pagamento: saiu a mortadela, entrou a alfafa. Ou capim. Afinal, gosto é gosto, e cada um tem o seu.