Game of Thrones teve 19,3 milhões de espectadores na noite de seu capítulo final, só nos Estados Unidos. Ganhou 59 Emmys. Teve inúmeras citações em filmes e séries. Políticos tentaram pegar carona. Diálogos como “Você não sabe de nada, Jon Snow” e “A noite é escura e cheia de horrores” passaram a ser ditos nas ruas. Mas, para os atores Eve Best e Steve Toussaint, que interpretam a Princesa Rhaenys e o Lorde Corlys Velaryon em A Casa do Dragão, ou House of the Dragon, spin-off de Game of Thrones, tudo isso passou meio em branco.

“Eu não tenho um aparelho de TV faz anos”, disse Best em entrevista com a participação do Estadão, por videoconferência. “Posso dizer que era virgem de Game of Thrones.” A atriz interpreta Rhaenys, a “Rainha que Nunca Foi”, que, por ser mulher, foi preterida para ocupar o Trono de Ferro, que acabou com seu primo Viserys (Paddy Considine).

Steve Toussaint, que faz o Lorde Corlys Velaryon, conhecido como “A Serpente do Mar”, também não tinha muita noção do que significava estar em uma série derivada de Game of Thrones quando conseguiu o papel. “Não tinha consciência do tamanho. É bem estranho”, disse ele. “Parece bobo, mas nós, atores, nos concentramos no trabalho e nos esquecemos que pessoas vão assistir.” Corlys Velaryon, membro de uma família rica de navegadores também originada em Valíria, como os Targaryen, é marido de Rhaenys.

Só quando ele pôde começar a contar para os amigos e quando o elenco foi anunciado que ele percebeu que A Casa do Dragão era diferente. “Falei: Uau, este não é um trabalho como outro qualquer. Muita gente vai ver e examinar cada detalhe, o que é empolgante e aterrorizante ao mesmo tempo”, disse Toussaint.

No caso de Eve Best, ela só teve a dimensão de tudo mesmo quando começou a dar entrevistas e participou da Comic Con de San Diego, em julho. “Agora que está caindo a ficha da proporção da coisa”, contou.

Eles tranquilizam os fãs de Game of Thrones – até mesmo aqueles que ficaram decepcionados com o final. “Alguém que viu GoT vai reconhecer que se trata do mesmo mundo, que o que está em jogo é importante, mas que há um ar mais íntimo aqui”, disse Toussaint. “A série ainda é épica, mas há muita ênfase nas relações interpessoais.”

A Casa do Dragão, ou House of the Dragon, baseada na obra de George R.R. Martin e com Miguel Sapochnik e Ryan Condal como showrunners, estreia no domingo, 21, na HBO e HBO Max.