O governo da Etiópia anunciou, nesta terça-feira (22), que investigará, em conjunto com a Arábia Saudita, as acusações de uma ONG de que guardas de fronteira sauditas mataram centena de migrantes etíopes entre 2022 e 2023.

“O governo etíope investigará rapidamente o incidente ao lado das autoridades sauditas”, anunciou o ministério das Relações Exteriores em um comunicado.

“Nesta fase crítica, recomendamos exercer máxima moderação e não fazer declarações desnecessárias até que a investigação seja concluída”, acrescentou o ministério.

“Apesar desta tragédia infeliz, os dois países mantêm relações excelentes e duradouras”, destaca a nota.

A ONG Human Rights Watch (HRW) acusou, em um relatório divulgado na segunda-feira, os guardas de fronteira sauditas de atirar e matar “centenas” de migrantes etíopes que tentaram entrar no reino através do Iêmen entre março de 2022 e junho de 2023.

As autoridades sauditas negam as acusações da ONG. Uma fonte do governo declarou à AFP que eram “infundadas e que não são baseadas em fontes confiáveis”.

O governo dos Estados Unidos, antigo aliado da monarquia do Golfo, pediu uma investigação.

O relatório da HRW é “muito preocupante” e suas “acusações, muito graves”, reagiu o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, antes de destacar que é “muito difícil confirmar a situação na fronteira”.

No relatório de 73 páginas, a HRW se baseia em entrevistas com 38 migrantes etíopes que tentaram chegar à Arábia Saudita a partir do Iêmen, em imagens registradas por satélites e imagens e vídeos publicados nas redes sociais.

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