Etiene Medeiros e Guilherme Guido serão os representantes do Brasil nas provas de 100m costas nos Jogos do Rio. Eles foram os únicos brasileiros a alcançaram o índice olímpico na distância nas finais deste sábado do Troféu Maria Lenk, evento-teste do Estádio Aquático Olímpico, no Parque Olímpico da Barra. João de Lucca e Nicolas Oliveira se classificaram nos 200m livre, enquanto André Pereira, Luiz Altamir Melo e Jhennifer Conceição aguardam a classificação do Brasil para os revezamentos 4x200m livre e 4x100m medley, respectivamente, para serem convocados.

Guido, do Pinheiros, queria bater o recorde sul-americano, dele mesmo, que dura desde 2009. Nas eliminatórias, pela manhã, fez 53s10, quinto tempo do ranking mundial, e ficou a 0s01 da meta. À tarde, na final, foi mais lento: 53s25. Mesmo assim, resultado equivalente ao sexto lugar do ranking.

Também caberá a Guido abrir o revezamento 4x100m medley do Brasil no Rio, na sua volta aos Jogos Olímpicos oito anos após competir em Pequim, em 2008. Em Londres, o representante brasileiro no nado costas foi Daniel Orzechowski, grande decepção do Maria Lenk. Após fazer 54s13 no José Finkel do ano passado, abaixo do índice (54s36), ele sequer se classificou à final A do Maria Lenk e, na final B, foi muito lento: 56s44.

Curiosamente, Daniel ficará fora do Rio-2016 apesar de ter nadado abaixo do índice exigido pela Federação Internacional de Natação (Fina) numa competição aceita como tomada de tempo por esta entidade. Isso porque a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) só irá convocar os atletas que tiverem atingido o índice nos dois torneios que ela apontou como seletiva: o Troféu Open, em dezembro do ano passado, e o Maria Lenk.

ETIENE ESTARÁ NA OLIMPÍADA – Depois de fazer índice nos 50m e nos 100m livre, Etiene Medeiros se garantiu na Olimpíada nos 100m costas. Vice-campeã mundial dos 50m costas, ela venceu o Maria Lenk em 1min00s11, após cravar 1min00s00 nas eliminatórias. Nas duas vezes nadou abaixo do índice, que é 1min00s25. A segunda melhor brasileira foi Natália de Luccas, do Corinthians, que fez 1min01s11, recorde pessoal.

Etiene deve abrir o revezamento 4x100m medley brasileiro no Rio, mas esse ainda precisa se classificar. O Brasil não ficou entre os 12 primeiros no Mundial do ano passado e tenta a classificação pelo ranking mundial 2015/2016. São quatro vagas disponíveis e as brasileiras só estão atrás da Finlândia. Dificilmente ficam fora.

Pelo mesmo motivo, Jhennifer Conceição, que conseguiu reverter a liminar do Flamengo, seu ex-clube, para competir pelo Pinheiros, não pode comemorar ainda a presença no Rio-2016. Ela tem o melhor tempo dos 100m peito (1min08s75 das eliminatórias do Maria Lenk), mas não atingiu o índice A (1min07s85). Se o Brasil confirmar a vaga no 4x100m medley, ela será convocada para nadar o estilo peito. Aí, poderá ser inscrita também nos 100m peito na Olimpíada, uma vez que atingiu o índice B da Fina.

João de Lucca, do Pinheiros, venceu a final dos 200m livre, com 1min47s65, e garantiu a segunda vaga do Brasil nos 200m livre no Rio-2016. Ele, que ratificou o índice feito no Open, não conseguiu superar o tempo de Nicolas Nilo, do Minas Tênis Clube, nas eliminatórias: 1min46s97. Os dois serão os representantes do Brasil no Rio-2016.

O gaúcho André Pereira, do GNU, foi o terceiro na final, com 1min48s72, enquanto Luiz Altamir Melo, do Flamengo, venceu a final B com 1min48s29. Os dois deverão ser convocados para compor o revezamento 4x200m livre do Brasil, que é o primeiro do ranking mundial 2015/2016 e tem tudo para ser confirmado na Olimpíada, em situação idêntica do 4x100m medley feminino. O corintiano Leonardo de Deus tinha 1min49s03, do Open, e desistiu de tentar vaga no revezamento. Até se classificou para a final do Maria Lenk, mas optou por não nadá-la.

No encerramento do dia, Manuella Lyrio, do Pinheiros, voltou a bater o recorde brasileiro dos 400m livre. Depois de vencer o Open com 4min09s96, ela melhorou seu tempo para 4min09s48, ainda sem atingir o índice exigido pela CBDA: 4min09s08.

Mas ela deverá nadar a prova na Olimpíada. É a única brasileira com índice para os 200m livre e, caso seja convocada para essa distância ou para o revezamento 4x200m (dificilmente fica fora), pode ser inscrita nos 400m livre, uma vez que atingiu o índice B da Fina.