ISLAMABAD, 12 JAN (ANSA) – O estupro e assassinato da pequena Zainab Ansari, de sete anos, causou uma série de manifestações na sua cidade-natal, Kasur, no leste do Paquistão, durante esta semana. Nesta quinta-feira (11), houve conflitos e ao menos duas pessoas morreram nos protestos.   

Os moradores locais acusam as autoridades e a polícia de não fazerem nada para impedir a morte da menina e informam que esse tipo de crime tem se tornado normal na região. A própria polícia admitiu que há, ao menos, um caso do tipo por mês contra crianças de menos de 10 anos.   

A menina, que agora tem seu rosto sorridente estampado em milhares de cartazes pedindo por justiça, desapareceu no dia 4 de janeiro enquanto ia para um curso de Corão a menos de 100 metros de sua residência.   

Imagens de câmaras de segurança mostraram quando a menina é levada por um homem e a família, então, iniciou uma campanha nas redes sociais para localizar Ansari. Eles notificaram o sumiço às autoridades já no dia 5 de janeiro e agora acusam a polícia de não ter feito nada para achar o criminoso.   

“Se eles tivessem agido rapidamente, o culpado teria sido preso”, disse o pai da garota, Muhammad Amin Ansari à emissora local “Geo TV”.   

O corpo dela foi encontrado em uma montanha de lixo, na terça-feira (9), e a autópsia apontou que ela foi estuprada, estrangulada e agredida até morrer.   

Segundo os moradores de Kasur, esse é o 12º caso apenas nos últimos dois meses em um raio de dois quilômetros de extensão.   

Eles acreditam que há um “serial killer” ou um grupo de pedófilos atuando na cidade – e acusam as autoridades de não fazer nada para impedir os crimes.   

“Há dois anos, ao menos, nós vivemos no terror e os pais tem medo de deixar seus filhos saírem de casa”, disse ainda o pai da menina.   

De acordo com o governo de Punjab, as manifestações pela menina já registraram ao menos duas mortes de pessoas que entraram “em confronto” com agentes da polícia. Há dezenas de feridos na cidade. Ao menos seis pessoas, incluindo quatro policiais, foram presos por usar armas de fogo no meio da multidão.   

Em meio às críticas por não ter agido no caso de Ansari, a polícia emitiu uma nota em que informa que 227 pessoas foram ouvidas sobre o desaparecimento, 90 já foram submetidas aos testes de DNA e que já checou horas de gravação das câmaras de segurança para tentar encontrar o criminoso. (ANSA)