MILÃO, 30 SET (ANSA) – O uso de anticorpos no combate ao novo coronavírus (Sars-CoV-2) vem sendo alvo de pesquisas por todo o mundo e, nesta quarta-feira (30), dois estudos apresentaram resultados promissores.   

Um deles, publicado na revista “Science”, descobriu dois superanticorpos que bloqueiam a entrada do vírus nas células, agindo como mecanismos de defesa ligeiramente diferentes entre si. Administrados em pequenas doses, separada ou conjuntamente, eles conseguiram prevenir a infecção causada pelo Sars-CoV-2 em ratos.   

A pesquisa internacional foi liderada pela Universidade de Washington, e contou com a participação do Hospital Sacco, de Milão.   

Segundo um dos estudiosos italianos, Massimo Galli, os dois novos anticorpos neutralizadores, chamados de S2E12 e S2M11, são “muito promissores para os desenvolvimentos futuros no tratamento da Covid-19”.   

A descoberta foi feita analisando novamente quase 800 anticorpos isolados de 12 pacientes curados das infeções. O mecanismo de ação deles foi estudado em nível molecular graças a um supermicroscópio crioeletrônico, a tecnologia premiada no prêmio Nobel de Química de 2017.   

Assim, foi possível descobrir que os dois anticorpos conseguem “grudar” no receptor Ace-2 da célula hospedeira e agem de maneira diferente para o bloqueio: o S2M11, em particular, consegue bloquear a famosa proteína Spike que o vírus usa como uma chave para entrar na célula.   

– Estudo reduz potência do vírus: Um segundo estudo publicado nesta quarta, refere-se ao coquetel de anticorpos monoclonais desenvolvido pela empresa Regeneron em parceira com a Roche.   

Chamado de REGN-COV2, o coquetel já está na fase dois de testes e os resultados começaram a ser revelados. Os dados preliminares mostram que 275 pacientes – dos mil que ainda estão sendo testados – apresentaram um efeito positivo ao tomarem os medicamentos, como a redução de sintomas e uma diminuição sensível na concentração do vírus na garganta e nas mucosas do paciente.   

Nenhum dos pacientes estava internado em hospitais, mas os que tomaram a medicação tiveram pouca necessidade de visitas médicas.   

A Regeneron anunciou que deve publicar em breve os resultados finais e que já está em negociação com a Administração de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) para obter uma autorização de emergência para a venda. (ANSA).