ROMA, 6 AGO (ANSA) – Especialistas de uma universidade de Roma fizeram uma reconstrução inédita em três dimensões do rosto de Rafael Sanzio (1483-1520), mestre renascentista cuja morte completa 500 anos em 2020.   

A reconstrução foi feita por uma equipe da Universidade Tor Vergata, a partir de um molde tirado dos restos mortais do pintor – que estão sepultados em um túmulo no Pantheon da capital italiana – e de autorretratos do artista.   

“Essa pesquisa fornece, pela primeira vez, uma prova concreta de que o esqueleto no Pantheon pertence a Rafael”, disse a cientista Olga Rickards, especialista em antropologia molecular e autora do estudo, que será submetido para publicação na revista Nature.   

Os restos mortais do mestre renascentista foram exumados pela última vez em 1833, pelo anatomista Antonio Trasmondo, mas a tecnologia da época não permitiu determinar com clareza sua identidade. No entanto, naquela ocasião, também foi produzido um molde em gesso do crânio, que serviu para a reconstituição em 3D do rosto de Rafael.   

“A análise morfológica e métrica do molde nos permitiu estabelecer que o crânio, mostrando características físicas compatíveis com o aspecto do personagem, podia pertencer a Rafael Sanzio, justificando uma reconstrução em 3D da face. Os resultados finais obtidos são coerentes com o perfil do grande urbinense [Rafael era natural de Urbino] que nos foi transmitido por provas históricas e por suas obras artísticas”, explicou Mattia Falconi, professor de biologia molecular na Tor Vergata.   

Considerado um dos maiores mestres do Renascimento, Rafael morreu jovem, aos 37 anos, vítima de uma doença pulmonar que um estudo recente feito na Itália identificou como pneumonia.   

(ANSA).