PEQUIM, 4 MAR (ANSA) – Um estudo publicado pela Universidade de Nankai em meados de 2020 sobre o plano chinês contra a minoria uigur foi divulgado de maneira online de maneira acidental e mostrou que o governo está agindo para dispersar os muçulmanos pelo território, além de colocá-los sob trabalho forçado.   

O documento foi obtido por diversos jornais britânicos e norte-americanos, entre eles o “The Guardian”, a “BBC” e o “The New York Times”. O estudo havia sido retirado de todas as plataformas de consultas da China, mas uma cópia permaneceu online porque o pesquisador alemão Adrian Zenz conseguiu salvá-la.   

“Os programas de trabalho forçado e os protocolos de transferência de locais de trabalho criados por Pequim e aplicados em Xinjiang são projetados, ao menos em parte, para reduzir a concentração populacional da minoria uigur na região”, diz parte do texto, acrescentando que a medida “não só reduz a população uigur em densidade, mas também é um método importante para influenciar, dissolver e assimilar minorias”.   

Em outros termos, destaca que essas “minorias mudam gradualmente o seu pensamento e a sua compreensão, transformando os seus valores e as suas visões de vida através de uma mudança constante do ambiente ao redor e através do trabalho”.   

O estudo ainda acrescenta que as políticas de Pequim estão “provocando um genocídio cultural”.   

A China sempre negou que cometesse qualquer tipo de violação nos centros de educação e trabalho dos uigures, alegando que o programa visava exclusivamente a erradicação da pobreza na população. Porém, cada vez mais países e organizações internacionais denunciam crimes contra os direitos humanos da minoria muçulmana.   

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Pouco antes de deixar o cargo, o ex-secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo classificou a situação de Xinjiang como um ato de “genocídio e crimes contra a humanidade”. Com a presidência de Joe Biden, o novo secretário, Antony Blinken, não usou termos tão fortes, mas disse que os EUA acompanham a situação com atenção. (ANSA).   


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias