ROMA, 16 NOV (ANSA) – Um grupo de pesquisadores do Instituto Superior de Saúde (ISS) da Itália conseguiu demonstrar a persistência de anticorpos que bloqueiam a proteína “spike”, usada pelo coronavírus Sars-CoV-2 para atacar as células humanas, em pessoas que contraíram a infecção.   

Os dados surgiram com base em testes sorológicos realizados em cerca de 7 mil pessoas de cinco municípios de Trentino-Alto Ádige, no norte da Itália, que foram expostas à primeira onda da pandemia de Covid-19.   

O estudo foi divulgado por videoconferência pelo representante da Diretoria Geral de Prevenção do Ministério da Saúde, Giovanni Rezza.   

“A análise sobre persistência de anticorpos, coordenada por Paola Stefanelli, com base em uma das maiores amostras em nível internacional, mostrou que, após quatro meses de infecção, os anticorpos para a proteína ‘spike’ permaneceram na grande maioria de pessoas, enquanto outros anticorpos tendem a desaparecer”, explicou Rezza.   

A presença de anticorpos neutralizantes supostamente abre cenários positivos para a proteção real das vacinas em desenvolvimento.   

“Em termos de vacinação, significa que a maioria das pessoas que têm esses anticorpos está protegida”, acrescentou o especialista italiano, enfatizando que, apesar disso, é preciso ter cautela “de qualquer maneira, porque ainda há poucas evidências científicas fora dos laboratórios”.   

A pesquisa foi realizada em colaboração com a província autônoma de Trento, na sequência da investigação epidemiológica feita durante o verão em Canazei, Campitello di Fassa, Vermiglio, Borgo Chiese e Pieve di Bono-Prezzo, onde houve incidência média igual a 23%, com mortalidade de 2%.   

O uso de anticorpos no combate ao novo coronavírus vem sendo alvo de pesquisas por todo o mundo e diversos estudos já apresentaram resultados promissores. (ANSA)