ROMA, 28 NOV (ANSA) – Um novo estudo questiona a antiga hipótese sobre a origem da focaccia, tida como uma invenção de Gênova, no noroeste da Itália. Ou pelo menos apresenta uma teoria sobre um possível ancestral do prato, um símbolo da gastronomia italiana consumido no mundo tudo.   

Uma pesquisa internacional conduzida pela Universidade de Roma La Sapienza e publicada na revista Scientific Reports indica que o “antepassado” desse pão surgiu há cerca de 9 mil anos, no Oriente Médio. Além disso, a receita era aromatizada com gorduras animais e condimentos vegetais.   

A descoberta se baseia na análise de resíduos em recipientes de argila utilizados para preparar o pão, que tinha dimensões muito maiores, o que sugere um possível consumo coletivo.   

“Nosso estudo oferece uma imagem viva de comunidades que utilizavam cereais cultivados para preparar pães e focaccias enriquecidas com ingredientes diversos e consumidos em grupo, o que nos leva a acreditar que esta tradição culinária do Neolítico Superior se desenvolveu durante aproximadamente seis séculos”, afirma Sergio Taranto, responsável pela pesquisa.   

A análise abrangeu fragmentos de vasos de barro de diferentes sítios arqueológicos entre a Síria e a Turquia, que datam de um período entre 6,4 mil e 5,9 mil a.C.   

Graças a diferentes tipos de análises, os pesquisadores descobriram que estes recipientes, dotados de incisões regulares no fundo, provavelmente para facilitar a retirada do pão depois de assado, eram utilizados para cozinhar massas obtidas a partir de farinhas de trigo ou cevada.   

Durante o experimento, os estudiosos utilizaram réplicas de recipientes e fornos de cúpula semelhantes aos da época, chegando à conclusão de que o cozimento da massa ocorria a uma temperatura inicial de 420°C, por cerca de duas horas. (ANSA).