ROMA, 28 MAI (ANSA) – Um estudo realizado sobre melanoma por pesquisadores da Universidade Rockefeller, em Nova York, mostrou evidências de que a genética interfere no desenvolvimento de metástases.   

A pesquisa, publicada na revista Nature Medicine no início da semana, pode levar ao desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas personalizadas baseadas na variante genética herdada na luta contra o câncer. Segundo as análises, alterações em um único gene chamado ApoE, presente no DNA de uma pessoa desde o seu nascimento, podem afetar a progressão do melanoma. Os cientistas ainda supõem que as variações podem ter o efeito em outros tipos da doença. Até agora, este gene era estudado principalmente por sua ligação com a doença de Alzheimer. O ApoE está presente em todas as células do corpo e produz uma proteína que interfere em vários mecanismos que permitem às células cancerígenas formar metástases, como a capacidade de gerar novos vasos sanguíneos, crescer profundamente nos tecidos saudáveis e resistir ao ataque das defesas imunológicas.   

Experimentos em ratos de laboratório mostram que os portadores da variante ApoE4 desenvolvem tumores cutâneos menores que dificilmente formam metástases. Comparados aos portadores das variantes ApoE2 e ApoE3, os camundongos com ApoE4 têm mais células imunes que podem combater o câncer e menos vasos sanguíneos que alimentam o tumor.   

Os resultados preliminares foram obtidos analisando os dados genéticos de mais de 300 pacientes com melanoma. De acordo com o estudo, os portadores da variante ApoE4 sobreviveram por mais tempo, enquanto os com ApoE2 têm metástases mais facilmente e sobrevivem por menos tempo. As informações dos pacientes cruzadas com as referências dos experimentos com ratos mostraram que os portadores de ApoE4 são melhores em responder a terapias que estimulam o sistema imunológico. (ANSA)