Segurando cartazes que diziam “Nós estamos falhando” ou “Não há planeta B”, cerca de 50 estudantes nova-iorquinos se fingiram de mortos nesta sexta-feira em frente à ONU para exigir ações urgentes contra o aquecimento global.

“Hoje os jovens dos Estados Unidos declaram o fim da era da negação da mudança climática (…) Pedimos aos líderes para agir com urgência”, disse Villasenor Alexandria, uma das organizadoras do protesto, de 13 anos.

Estudantes de todo o mundo, de Hong Kong a Madri passando por Kampala, faltaram as aulas nesta sexta-feira para participar de uma greve estudantil internacional, liderada pela adolescente sueca Greta Thunberg para denunciar a falta de ação dos governos.

Em Nova York, o primeiro de vários protestos planejados ocorreu em frente à sede das Nações Unidas, onde, há várias semanas, toda sexta-feira, estudantes como Villasenor se reúnem para manifestar pelo planeta.

“Quando os adultos agem como crianças, as crianças devem agir”, diz o cartaz de uma das adolescentes na calçada.

O presidente Donald Trump nega o aquecimento climático e retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, que visa impedir o aumento da temperatura do planeta.

“Peço aos políticos que reflitam sobre que vai acontecer quando já não estiverem aqui, e sobre as crianças que sofrerão por causa de suas decisões”, disse à AFP Emma Rose Turoff, de 15 anos.

Cerca de 2.000 manifestações estudantis estão planejadas ou já estão acontecendo nesta sexta-feira em 123 países, segundo o site da campanha FridaysForFuture.

Apesar de 30 anos de alertas sobre as sérias consequências do aquecimento global, as emissões de dióxido de carbono atingiram níveis recordes em 2017 e 2018.

O Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) advertiu em outubro que apenas uma transformação completa da economia global e dos hábitos dos consumidores poderia impedir uma catástrofe climática.