Um grupo de 20 estudantes fechou a Rua Cuba, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, com carteiras escolares na manhã desta quarta-feira, 4. Alunos do Colégio Estadual Heitor Lira, ocupado desde 4 de abril, protestam contra cortes de verbas para a educação, mudanças no currículo escolar e por passe livre estudantil e o fim das provas de avaliação realizadas anualmente pela Secretaria Estadual de Educação.

A manifestação se iniciou às 9h30 e durou 20 minutos, até a chegada de uma equipe policial que liberou a via. Enquanto o rua esteve fechada, ônibus e carros tiveram de voltar de ré pela contramão. Motociclistas usaram a calçada para escapar do bloqueio promovido pelos estudantes.

De acordo com os alunos, ao todo são 76 escolas ocupadas no Estado. A Secretaria de Educação afirma que são 67.

Com rostos pintados, os estudantes fizeram batucada e cantaram palavras de ordem sobretudo contra o governador licenciado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

“O governo transferiu nossas férias para maio e cancelou nosso Rio Card (bilhete de ônibus) com objetivo de enfraquecer nosso movimento. Esse é o nosso recado para ele: enquanto não negociar, a gente vai ocupar as escolar e fechar ruas”, disse Nathalia Martins, de 17 anos, aluna do 3° ano do ensino médio do colégio.

Nesta quarta-feira, estão previstas manifestações com fechamento do trânsito em todas as escolas ocupadas no Rio. Chamados de “trancaços”, os atos foram concebidos em A Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (Anel), entidade estudantil ligada ao PSTU, ajuda na coordenação dos protestos. O movimento replica a mobilização vitoriosa contra o fechamento de escolas em São Paulo, no ano passado.

A movimentação estudantil vai se juntar a uma manifestação do Sindicato dos Professores da rede estadual e do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe), marcada para as 14 horas, no Largo do Machado, na zona sul. Os docentes estão em greve desde 1° de março e seguirão em caminhada rumo ao Palácio da Guanabara, sede do governo estadual, em Laranjeiras, também na zona sul.reunião do Comando Ocupa Tudo, que reúne representantes das escolas que aderiram ao movimento, e integram o chamado “Dia D em defesa da educação, da saúde e dos direitos dos trabalhadores”.