Estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) deixaram na madrugada desta quinta-feira, 7, a reitoria da universidade no câmpus de Campinas, no interior de São Paulo, ocupada desde 10 de maio. Os universitários prometem manter as manifestações, motivadas principalmente contra o corte anunciado de cerca de R$ 40 milhões no orçamento, por reposição de professores e funcionários, ampliação da moradia estudantil e pela implantação de cotas raciais na instituição.

Funcionários também estão parados há 45 dias. Professores que estavam em greve desde 1º de junho voltaram ao trabalho no dia 30 de junho. Eles aceitaram a proposta de 3% de aumento, abaixo da reivindicação de 12% feita pela categoria.

Os estudantes passaram a noite limpando a reitoria e retirando colchões e roupas levadas para o prédio. “Sabemos muito bem de que gênero e cor são as pessoas que vão ter que limpar o lugar depois que sairmos, então vamos tentar deixar o máximo que conseguirmos de organização para não sobrecarregar as terceirizadas”, divulgaram os manifestantes na página mantida pelo movimento na internet.

Os estudantes apresentaram à reitoria da universidade uma pauta de reivindicações, mas, após negarem desocupar o prédio após várias rodadas de negociação, a Unicamp decidiu no dia 4 de junho encerrar a tentativa de acordo e comunicar à Justiça que desejava o cumprimento da reintegração de posse já concedida por liminar.

Na tarde de quarta-feira, 6, os estudantes decidiram em assembleia desocupar o prédio e continuar com a paralisação. Após deixar a reitoria, por volta das 5 horas, carregando uma faixa com a inscrição “Não nos calarão”, eles realizaram uma manifestação em frente ao Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) contra atos racistas registrados no instituto. Pichações racistas no Instituto de Filosofia e Ciência Humanas(IFCH) também motivaram protestos de universitários no início do ano.