02/09/2019 - 13:39
PEQUIM, 02 SET (ANSA) – Centenas de estudantes universitários e de ensino médio boicotaram nesta segunda-feira (2) o início do ano letivo em Hong Kong, território que há três meses é teatro de protestos contra o governo e a China.
O ato dos estudantes é promovido por dois grupos pró-democracia que exigem o cumprimento de cinco medidas: a retirada formal de um projeto de lei que autoriza a extradição de suspeitos de crimes para a China continental; a renúncia da governadora de Hong Kong, Carrie Lam, apoiada por Pequim; sufrágio universal para eleger seu substituto e o Parlamento local; inquérito independente sobre os abusos da polícia; e a retirada das acusações contra manifestantes presos nos últimos meses.
Os estudantes afirmam que as escolas não encorajaram a adesão ao boicote, mas não punirão as faltas no primeiro dia de aula.
Muitos jovens se juntaram a uma manifestação de 40 mil pessoas no Parque Tamar, como parte de uma greve geral de dois dias convocada por sindicatos.
O novo ato chega um dia depois de manifestantes terem bloqueado novamente o Aeroporto Internacional de Hong Kong. Desde o início dos protestos, 1.117 pessoas já foram presas, segundo balanço da polícia, sendo 159 apenas no último fim de semana. O delegado adjunto Mak Chin-ho chamou a situação de “catástrofe”.
Já Pequim reafirmou seu “pleno apoio” a Carrie Lam e às forças de segurança de Hong Kong. O território foi entregue pelo Reino Unido à China em 1997, com o princípio de “um país, dois sistemas”, e possui um status semiautônomo.
A onda de protestos remete à “Revolução dos Guarda-Chuvas”, que, em 2014, manteve o centro de Hong Kong ocupado por 79 dias para pedir uma democracia plena. A China, por sua vez, acusa “atores externos” de encorajarem as manifestações para desestabilizar o território. (ANSA)