Nove estudantes foram acusados de difamação em Mianmar por uma peça de teatro que ridiculariza os militares, em uma nova prova das restrições à liberdade de expressão, apesar da chegada de um governo civil liderado pela Nobel da Paz Aung San Suu Kyi há 10 meses.

As imagens de vídeo desta peça, representada em 9 de janeiro, viralizaram e provocaram a revolta do exército.

Em uma das cenas, a esposa de um militar explica que apoia a guerra porque isso afasta seu marido de casa: “Meu marido foi combater há tempos… portanto posso ter romances com total liberdade”.

Foi um oficial que a processou, ao estimar que a obra “pode degradar e destruir a imagem da Tatmadaw”, nome com o qual se designa em Mianmar o exército, explicou Zaw Min Tun, da polícia de Pathein, localidade do sul do país onde a peça foi apresentada.

Ao chegar ao poder, Aung San Suu Kyi se comprometeu a aumentar as liberdades civis, mas a lei sobre a difamação, que foi amplamente utilizada pela junta militar, segue em vigor.