Estudante iraniano morre após ser torturado em presídio

ROMA, 2 JAN (ANSA) – Um jovem de cerca de 30 anos chamado Mehdi Zare Ashkzari morreu no Irã durante o fim de semana após passar 20 dias em coma por conta das torturas que sofreu na prisão, informa a seção italiana da ONG Anistia Internacional.   

O rapaz foi detido por participar dos protestos contra o governo do país e que pedem mais liberdade para as mulheres, iniciados em setembro do ano passado após a morte da jovem Mahsa Amini, 22 anos, sob custódia da chamada polícia da moral e dos bons costumes.   

Ashkzari havia estudado na Universidade de Bolonha e sua morte foi lamentada no país europeu. “Ele era um de nós. Era conhecidíssimo, muitos foram seus amigos, comiam pizza com ele.   

Estava sempre sorridente”, disse a iraniana Sanam Naderi à ANSA, também ela estudante da mesma instituição.   

Segundo a Universidade, Ashkzari começou as aulas em 2015 e chegou a trabalhar em uma pizzaria local para pagar seus estudos. Ele voltou para o Irã há cerca de dois anos para ficar próximo à mãe, que estava doente e que faleceu pouco depois.   

Outro amigo, Ali Jenaban, relatou que sua última conversa com o iraniano foi tranquila e que ele “relatou que estava feliz e participava das manifestações por mais liberdade”.   

“Nós só soubemos da morte no sábado à noite porque os familiares não nos contaram nada para poder fazer o funeral – porque o regime não ia liberar o corpo”, pontuou ainda.   

Desde o início dos protestos, ONGs locais estimam que mais de 500 pessoas morreram durante as manifestações. A ONU, por sua vez, aponta que mais de 14 mil pessoas foram detidas por participarem dos atos, sendo que dezenas já foram condenadas à morte por isso. (ANSA).