A estudante de direito Cláudia Roberta Silva, denunciada pelos colegas de curso por ter usado todo o dinheiro arrecadado para a formatura em apostas online, disse que vai tentar recuperar o valor e devolvê-lo, segundo o advogado dela, Joel Sustakovski. O caso ocorreu em Chapecó, zona oeste de Santa Catarina.
O evento estava marcado para o dia 22 de fevereiro e não aconteceu. Em janeiro, a presidente da comissão de formatura enviou uma mensagem aos colegas contando que tinha gastado os quase R$ 77 mil que deveriam ser direcionados à empresa responsável pela festa. No texto, ela atribuiu isso ao vício em apostas online.
Em outro ponto da mensagem, ela pediu perdão aos alunos e disse que vai encontrar uma solução. Ela destacou estar ciente dos erros que cometeu e que nem seus amigos, nem sua família sabiam do ocorrido. “Toda vez acreditava que ia recuperar e dar um jeito na situação, mas cada vez ficava pior”, relatou.
À IstoÉ, a defesa da estudante informou que ela também gastou valores pessoais na jogatina. “Agora ela aguarda ser chamada na Delegacia de Polícia Civil de Chapecó para esclarecer todos os fatos, ao mesmo tempo em que todas as medidas judiciais serão tomadas para tentar reaver o dinheiro gasto com as apostas”, completou.
A Polícia Civil foi notificada sobre o caso no dia 6 de fevereiro, quando 16 alunos registraram um boletim de ocorrência. Eles contribuíram ao longo de três anos para custear a cerimônia de formatura. “A partir de então, preocupados com a situação, os próprios formandos passaram a tentar contato com a suspeita, que parou de atender aos colegas e, aparentemente, saiu da cidade para destino desconhecido”, explicou.
O caso foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia da Comarca (DPCo de Chapecó), onde todas as testemunhas e a suspeita devem ser ouvidas nos próximos dias.
“A investigação deve ser concluída em algumas semanas e, ao final, vai definir se o caso de trata de crime de apropriação indébita ou de estelionato”, concluiu.
Em nota, a Nova Era Formaturas afirmou que não possui qualquer responsabilidade sobre a arrecadação, administração ou armazenamento dos valores destinados para a realização do evento. Ainda destacou que em nenhum momento o dinheiro esteve sob custódia da empresa.
A empresa ressaltou que “está envidando todos os esforços necessários para, em conjunto com os estudantes, viabilizar a realização dos eventos de formatura, de modo a minimizar os impactos do ocorrido e garantir que este momento tão aguardado seja, enfim, concretizado”, concluiu.