Um estudante universitário que havia sido preso na Venezuela sob acusações de “conspiração” contra o governo do presidente Nicolás Maduro foi liberto neste sábado (23), três dias após uma troca de prisioneiros acordada com os Estados Unidos.

“Acredito que o mais importante neste momento é lutar pela liberdade dos que ainda estão lá dentro”, disse John Álvarez ao sair das celas policiais em La Yaguara, em Caracas.

“É um milagre de Deus”, declarou Wendelin Piña, mãe de Álvarez, à AFP.

A libertação ocorre após a soltura na quarta-feira de 10 americanos e outros 20 “presos políticos” venezuelanos como parte de um acordo alcançado entre o governo e a oposição em uma mesa de negociação em que os Estados Unidos são um ator-chave.

A troca permitiu a libertação do empresário Alex Saab, considerado “testa de ferro” do presidente Maduro, que estava preso nos Estados Unidos sob acusação de lavagem de dinheiro.

Em 21 de novembro, um juiz aceitou as acusações contra o estudante de 24 anos acusado de conspiração.

Álvarez foi preso em 30 de agosto e vinculado a seis líderes sindicais liberados em 20 de dezembro como parte de uma troca de prisioneiros acordada com o governo dos Estados Unidos, depois de serem condenados a 16 anos de prisão por “conspiração”.

De acordo com sua defesa e familiares, quando foi apresentado ao tribunal em 4 de setembro, Álvarez denunciou ao juiz que agentes policiais aplicaram choques elétricos em seus genitais, costelas e joelhos, e o espancaram com um bastão para arrancar uma “confissão”, gravada em vídeo, contra os sindicalistas condenados.

A defesa afirmou que a acusação contra Álvarez foi baseada em “um relatório de inteligência anônimo”.

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