Sean Combs, a estrela do rap americano e um dos grandes produtores musicais de hip-hop, foi acusado nesta quinta-feira (16) pela cantora Cassie de estupro e abuso físico ao longo de mais de uma década.

O magnata do entretenimento, também conhecido como Puff Daddy ou Diddy, teria submetido a cantora de R&B, cujo verdadeiro nome é Casandra Ventura, a abusos físicos por mais de uma década, forçou-a a consumir drogas e a estuprou em 2018, de acordo com a ação movida pela artista no Tribunal Federal de Manhattan.

Ventura conheceu o produtor em 2005, quando ela tinha 19 anos e ele 37. Ele a contratou para sua gravadora Bad Boy Records e pouco depois iniciaram um relacionamento no qual Combs exercia “controle total sobre a vida pessoal e profissional” da artista, de acordo com a ação.

Em um comunicado enviado à AFP, o advogado de Combs, Ben Brafman, refuta de forma “veemente” as acusações, chamando-as de “ofensivas e indignantes”.

Combs, agora com 54 anos, acusa Ventura de chantagem e de querer “manchar” sua reputação para extorquir dinheiro dele.

O fundador da gravadora Bad Boy em 1993 foi uma figura essencial na comercialização do hip-hop desde então. Entre seus protegidos estão artistas como Notorious B.I.G. e Mary J. Blige.

Seus negócios na indústria de bebidas alcoólicas aumentaram sua fortuna, estimada pela imprensa em mais de 1 bilhão de dólares.

Na ação, ele é descrito como um homem violento, e são relatadas cenas de seus acessos violentos, como forçar Ventura a ter relações sexuais com trabalhadores do sexo masculinos, algo que, segundo ela, Combs filmou. Além disso, Combs a teria obrigado a carregar uma arma de fogo em sua bolsa para intimidá-la e deixá-la desconfortável, além de ter destruído o carro de uma pessoa interessada em ter um relacionamento com ela.

Os documentos judiciais também detalham que, em 2018, após jantarem, Combs invadiu à força o apartamento de Ventura e a estuprou. A parceria de Ventura com a Bad Boy teria terminado em 2019.

A artista busca uma indenização por “dor mental, angústia e estresse emocional severo”, assim como salários perdidos.

Ventura apresentou sua ação sob a Lei dos Sobreviventes Adultos (Adult Survivors Act), uma lei de Nova York que permite que as supostas vítimas de abuso sexual apresentem ações civis uma vez que o prazo de prescrição tenha expirado.

Sua equipe jurídica cita a lei na ação, alegando que, embora Ventura não tenha conseguido denunciar os anos de abuso sofridos nas mãos de Combs, ela conseguiu reconstruir sua vida e enfrentar seu trauma desde então.

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