Dois dos candidatos a alcançar as últimas fases em Roland Garros, o russo Daniil Medvedev (N.2) e a espanhola Paula Badosa (N.4) tiveram estreias convincentes no torneio parisiense nesta terça-feira, enquanto o francês Jo-Wilfried Tsonga disse adeus ao tênis profissional.

Muito sólido em seu jogo, apesar de o saibro não ser sua superfície favorita, Medvedev acertou 35 ‘winners’ e quebrou o saque de Facundo Bagnis oito vezes (N.103) para derrotar o argentino com um triplo 6-2 em 1h38 de jogo.

“Eu amo Roland Garros, especialmente desde o ano passado”, quando ele chegou às quartas de final depois de perder na primeira rodada em suas primeiras quatro aparições, disse o tenista russo após a partida.

“Espero ir mais longe este ano”, acrescentou Medvedev, que vai enfrentar o sérvio Laslo Djere (N.56) na segunda fase.

O russo também parece recuperado da cirurgia de hérnia que sofreu há quase dois meses e que o afastou de quase toda a temporada de saibro: “Tudo está indo muito bem, porque quando fiz a operação não pensava em poder jogar na temporada de saibro, mas o médico e o ‘fisio’ fizeram o possível para que eu voltasse a jogar na semana passada”, explicou.

“Fisicamente me sinto 100%, então espero jogar bem”, assegurou Medvedev que também foi favorecido pelo sorteio, já que muitos dos candidatos ao título (Djokovic, Nadal, Alcaraz e Zverev) vão para a outra parte do quadro e só os enfrentaria em uma eventual final.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Já na sessão noturno, a surpresa quase apareceu quando o atual finalista do torneio, o grego Stefanos Tsitsipas (N.4) teve que reagir após estar perdendo por dois sets a zero diante do italiano Lorenzo Musetti (N.66), para vencer por 5-7, 4-6, 6-2, 6-3 e 6-2.

Musetti voltou a experimentar o que aconteceu no ano passado em Paris, quando venceu os dois primeiros sets contra Novak Djokovic nas oitavas de final antes de desistir por problemas físicos.

– Em busca da confiança –

Além disso, para essa parte da tabela, vários cabeças de chave foram eliminados nesta terça-feira, como o canadense Denis Shapovalov, o australiano Alex de Miñaur e o americano Tommy Paul, derrotado pelo chileno Cristian Garín em quatro sets, parciais de 5-7, 6-1, 6-2 e 6-3. Garín enfrentará o bielorrusso Ilya Ivashka (N.50) na segunda fase.

No feminino, Paula Badosa chegou a Paris cercada de dúvidas após não obter bons resultados nas últimas semanas, mas só precisou de 54 minutos para derrotar por 6-2 e 6-0 a francesa Fiona Ferro (N.130), que marcou apenas dois pontos no segundo set.

“É muito importante para mim começar assim, estava muito nervoso esses dias porque me faltava confiança desde Madri, mas cada jogo e minuto em quadra me ajudarão a recuperar a confiança de que preciso”, explicou o espanhol em uma coletiva de imprensa.

“A confiança custa muito para ser construída e muito pouco para perdê-la”, acrescentou.

Com quatro Top 10 já eliminadas na primeira fase (Krejcikova, Konteveit, Jabeur e Muguruza), Badosa, que jogará na segunda fase contra a eslovena Kaja Juvan (N.68), garantiu: “vejo como um aviso de que você pode perder contra qualquer um e que você tem que dar 100% em cada jogo”.

No entanto, não foi um dia de surpresas, já que nenhuma das cabeças de chave que jogaram nesta terça-feira perderam em Roland Garros.

– Sonho de infância realizado –

A nota emocional veio de Jo-Wilfried Tsonga, o mais importante tenista francês das últimas duas décadas, que se aposentou do tênis profissional depois de perder para o norueguês Casper Ruud (N.8).


O público de Philippe Chatrier se despediu dele com aplausos demorados após perder por 6-7 (6/8), 7-6 (7/4), 6-2 e 7-6 (7/0) em uma partida em que terminou lesionado no ombro, chorando de emoção e beijando o saibro de Paris.

Apesar de nunca ter vencido um Grand Slam, foi finalista na Austrália (2008) e semifinalista em Melbourne (2010), Roland Garros (2013 e 2015) e Wimbledon (2011 e 2012), além de vencer o Paris-Bercy Masters 1000 (2008) e Canadá (2014), conquistar uma medalha prata olímpica em Londres-2012 e campeão com a França da Copa Davis (2017).

Tsonga também é um dos três únicos tenistas da história que derrotaram Djokovic, Nadal e Federer quando eram número 1 do mundo e um dos três a vencer o ‘Big 3’ e Andy Murray em um Grand Slam.

“Obrigado a todos que me permitiram realizar meu sonho de infância”, disse Tsonga ao receber uma homenagem com a presença de todos os seus treinadores, os principais jogadores franceses de sua geração e sua família.

mcd/iga/aam


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias