A Olimpíada no Rio de Janeiro será, acima de tudo, um evento brasileiro. Segundo os organizadores dos Jogos, menos de 25% dos ingressos vendidos para as diversas modalidades foram parar nas mãos de estrangeiros. Se em Londres, em 2012, mais de 2,1 milhões de entradas foram para o exterior, no Rio foi apenas 1 milhão para fora.

Faltando menos de um mês para o evento no Brasil, os dados apontam que 4,3 milhões de ingressos já foram vendidos. Mas pelo menos outros 1,7 milhão continuam sem conseguir compradores.

Fontes no COI admitem que a crise econômica no Brasil pode ter sido um dos aspectos que afastou parte dos brasileiros dos eventos. Mas, em termos financeiros, os organizadores apontam que já atingiram 90% da meta de arrecadação com a venda de entradas.

Ainda assim, membros do COI confirmaram ao jornal O Estado de S.Paulo que temem que algumas das modalidades fiquem com arquibancadas vazias, algo que pode exigir certas medidas por parte da emissora oficial de imagens do evento para que evite mostrar o público em suas transmissões. A esperança é de que vendas de última hora acabem ganhando força e que, mesmo durante o evento, os brasileiros sejam “contaminados” pelos resultados e decidam comprar ingressos.

Do total já vendido, cerca de 1 milhão foi adquirido no exterior – cerca de 23%. Em alguns casos, são brasileiros que vivem pelo mundo que compraram e aproveitam as férias de verão na Europa ou Estados Unidos para participar do evento no Brasil.

Em Londres, 27% das entradas foram para estrangeiros. Mas a base total era de mais de 8,2 milhões de ingressos, o que deixou cerca de 2,1 milhões em vendas pelo mundo.

Com o zika vírus, dúvidas sobre a situação política do País, segurança e mesmo os custos elevados de hotéis no Rio de Janeiro têm sido alguns dos obstáculos dos organizadores em garantir um venda mais robusta no exterior. Nas últimas semanas, membros do governo e o Ministério da Saúde têm publicado colunas em jornais estrangeiros para garantir aos visitantes que o evento é seguro, tanto no que se refere ao impacto para a saúde quanto nas questões sobre violência.

Nesta quinta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a declarar que não existem motivos que possam justificar a desistência de atletas aos Jogos. Nas últimas semanas, uma dezena de jogadores de golfe operaram por abandonar o Rio, citando o risco do zika vírus. “Espero que essas pessoas tenham recebido a informação científica correta”, disse Bruce Aylward, diretor do Departamento de Epidemias da OMS, insinuando que esses atletas podem não ter tomado a decisão mais adequada.