A cacique Majur Traytowu, de 30 anos, da Aldeia Apido Paru, da terra indígena Tadarimana, em Rondonópolis (MT), começou o procedimento de transição de gênero. A líder indígena iniciou o tratamento hormonal, de forma particular, em 26 de outubro. As informações são do  G1.

“Estou muito feliz mesmo vendo o resultado, não somente eu, mas tem outras pessoas que estão curiosas de como será a minha mudança daqui para frente. Estou fazendo o processo de transição, mas, por parte. Primeiro quero mudar o meu corpo com hormônios e o procedimento já comecei. Futuramente vou para a parte de cirurgia”, explicou em entrevista ao G1.

De acordo com a indígena, ela se descobriu transexual aos 12 anos e os demais indígenas nunca tiveram problemas em aceitar isso. Há 3 anos, quando a família fundou a aldeia, ela passou a ajudar o pai a tomar as decisões.

A jovem indígena ficou conhecida após assumir o cargo de cacique em julho, depois que o pai, Raimundo Itogoga, 79 anos, deixou a função por problemas de saúde. Em geral, caciques são escolhidos por votação a cada dois anos, mas Traytowu afirma que não houve resistência dos demais ao virar cacique, mesmo sem eleição.

A Tadarimana tem cerca de 800 indígenas em sete aldeias, em uma área de 10 mil hectares. Nos últimos, meses, a indígena tem se dividido entre a função de cacique e os cuidados com o pai.

“Pra mim, está sendo tranquilo. A gente já conseguiu muita coisa no decorrer do tempo que fui nomeada para assumir o cargo de cacique. Mas, antes disso, sempre estive do lado do meu pai ajudando, as coisas que aconteciam em nossa aldeia passavam por mim, para que eu pudesse aprovar”.