O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro subiu 0,8% junho ante maio, para R$ 3,624 trilhões, informou nesta quarta-feira, 29, o Banco Central (BC). Em 12 meses, houve alta de 9,8%.

Os dados apresentados nesta quarta pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas – em especial, nos meses de março e abril. Em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos.

Em junho ante maio, houve alta de 0,7% no estoque para pessoas físicas e aumento de 1,0% para pessoas jurídicas.

De acordo com o BC, o estoque de crédito livre avançou 0,6% em junho, enquanto o de crédito direcionado apresentou elevação de 1,1%.

No crédito livre, houve expansão de 0,6% no saldo para pessoas físicas no mês passado. Para as empresas, o estoque também avançou 0,6% no período.

O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) foi de 49,7% para 50,4% na passagem de maio para junho.

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As projeções do BC, atualizadas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, indicam expansão de 7,6% para o crédito total em 2020. A projeção para o crédito livre em 2020 é de alta de 10,6%. Já expectativa para o crédito direcionado é de elevação de variação 3,5%. Estas projeções já levam em conta os efeitos da epidemia do novo coronavírus na economia.

Habitação e veículos

O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 1,0% em junho ante maio, totalizando R$ 666,870 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses até junho, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 8,4%.

Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física subiu 0,3% em junho ante maio, para R$ 204,721 bilhões. Em 12 meses, houve alta de 11,2%.

Setores

Em meio à pandemia do novo coronavírus, o saldo de crédito para as empresas do setor de agropecuária subiu 1,3% em junho, para R$ 28,463 bilhões, informou o Banco Central. Já o saldo para a indústria avançou 0,3%, para R$ 674,793 bilhões.

O montante para o setor de serviços teve alta de 1,6%, para R$ 868,795 bilhões.

No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), o saldo subiu 0,6%, aos R$ 10,324 bilhões.

BNDES

O saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas avançou 1,2% em maio ante junho, somando R$ 388,959 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses, a queda acumulada é de 5,4%. O BNDES tem participado de iniciativas do governo federal para manter a oferta de crédito para as empresas neste período de pandemia.

Em junho, houve alta de 4,0% nas linhas de financiamento agroindustrial do BNDES, elevação de 0,7% no financiamento de investimentos e aumento de 33,0% no saldo de capital de giro.


Setor não financeiro

O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro subiu 1,8% em junho ante maio, para R$ 11,066 trilhões. O montante equivale a 153,8% do PIB do Brasil, conforme dados divulgados pelo Banco Central.

O crédito ampliado inclui, entre outras, as operações de empréstimos feitas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as operações com títulos públicos e privados. A medida permite uma visão mais ampla sobre como empresas, famílias e o governo geral estão se financiando, ao abarcar não apenas os empréstimos bancários.

No caso específico de famílias e empresas, o saldo do crédito ampliado avançou 0,8% em junho ante maio, para R$ 6,328 trilhões. O montante equivale a 88,0% do PIB.


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