Carlos Marun foi escolhido por Michel Temer pela defesa intransigente do governo (Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Alguns parlamentares ficaram intrigados com a escolha do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para ocupar a Secretaria de Governo, no lugar do tucano Antônio Imbassahy. Caberá a ele a tarefa de articular o apoio da base aliada aos projetos do governo. O que parece incompatível com a personalidade de Marun, famoso pela agressividade, pelo estilo bateu, levou. Nada disso, porém, abala a decisão do presidente Michel Temer. Assessores do Planalto explicam que o polêmico deputado foi escolhido pelas demonstrações de lealdade. Ele foi o primeiro a sair em defesa de Temer quando surgiram as gravações de Joesley Batista. Além disso tem excelente trânsito com os integrantes do Centrão e é indicação da bancada do PMDB. Para Temer, Carlos Marun é o homem certo no lugar certo

Tucanos

A cúpula do PSDB fez pressão para que a ministra Luislinda Valois deixasse a Secretaria de Direitos Humanos, mas deu com os burros n’água. A ministra preferiu deixar o partido e continuar no cargo. Se depender do Planalto, ela fica onde está. Luislinda foi escolhida pelo presidente Temer que, por enquanto, não vê motivo para afastá-la.

Dois pesos

Em Brasília, aponta-se uma atitude contraditória da cúpula do PSDB. Se queria o afastamento de Luislinda, ao mesmo tempo desfia argumentos a favor da permanência de Aloysio Nunes na chefia do Itamaraty. Explicam que ele ocupa função de Estado. Não bastasse, o chanceler tucano foi premiado com um cargo de vice-presidente de seu partido.

Ilan Goldfajn não se arrepende

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Mesmo que tenha de enviar carta à Fazenda explicando porque a inflação ficou abaixo do piso de 4,5%, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, não está arrependido. “O BC foi firme em não elevar a meta de inflação em 2017 no momento em que os preços subiam”. Optou por política que ancorou as expectativas da população. “Isso permitiu a queda da inflação, com aumento do poder de compra e do consumo”.

Rápidas

* Nos bastidores do Congresso, comenta-se que está sendo montada uma chapa heterodoxa para as eleições de 2018 no Ceará. Reúne o governador Camilo Santana, do PT, candidato à reeleição, e dois nomes para o Senado: Cid Gomes, do PDT, e Eunício Oliveira, do PMDB.

* Herdeiro da rede de lanchonetes Giraffas, Alexandre Guerra é pré-candidato ao governo do Distrito Federal pelo Partido Novo. Aos 37 anos, o empresário não esconde que se inspira no exemplo do prefeito João Doria.

* A convenção do DEM, que seria realizada na quinta-feira 17, foi adiada para fevereiro. Decisão oportuna, que coincidiu com o fato de o STF ter recebido denúncia da PGR contra o senador Agripino Maia, presidente do partido.

* Pergunta de Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência: “Será que o Lula, do alto da respeitabilidade dele, vai fazer o Brasil refém de chicanas judiciais, de maneira que no final a eleição fique ilegítima?”

Retrato falado

Jefferson Rudy

“A criação de Fake News é crime que deve ser combatido com muita firmeza”

Em seminário no Senado para discutir medidas de combate aos fake news que circulam na internet, o senador João Alberto Souza (PMDB-MA) defendeu mudanças na legislação. Para ele, quem cria fake news comete crime de difamação. O senador diz que o Estado precisa proteger os eleitores e empresas como Twitter e Facebook também devem ser responsabilizadas. Levantamento da USP apontou que 12 milhões de brasileiros compartilham notícias falsas na internet todos os meses.

Toma lá dá cá

Alan Marques/Folhapress

GILSON DIPP, ex-ministro do STJ e do TSE

A conduta de pré-candidatos de percorrer o país levando suas propostas antes do prazo autorizado pela lei é um abuso eleitoral?

Acho que não. O TSE é muito claro quando estabelece que menção e elogios pessoais, debates em congresso ou reunião, se tudo isso ocorrer sem que haja pedido expresso de voto, não configuram propaganda antecipada. A democracia se faz de política, diálogos.

A Justiça Eleitoral está preparada para lidar com as redes sociais?

Acho que o Brasil ainda está muito aquém dos países mais desenvolvidos. Prevenção e fiscalização são praticamente inexistentes. As redes sociais têm capacidade de influenciar os eleitores, pois são a principal comunicação entre as pessoas. Há quem as usa de boa-fé. Mas outros as utilizam para o mal.

Qual o fator que vai determinar o comportamento do eleitor em 2018?

A campanha deve ser pautada no combate à corrupção. Mas o quadro atual é excepcional. Um governo que não tem candidato. E uma oposição que tem problema judiciais. O PSDB está extremamente dividido. O candidato mais declarado é Jair Bolsonaro.

Lição histórica

Titular de banca renomada de Curitiba que atua também em Brasília e São Paulo, o advogado Luiz Fernando Pereira foi o único defensor dos interesses dos poupadores que tiveram prejuízo com os Planos Collor, Verão e Bresser. Filho do ex-governador do Paraná Mário Pereira, ele comemorou a vitória na semana passada. “O acordo com os bancos é, antes de tudo, uma lição ao Judiciário brasileiro. Dois milhões de poupadores esperaram quase um quarto de século. Mais de 20% já morreram, e 80% têm mais de 60 anos. Não estamos preparados para um litígio dessa dimensão”, diz Luiz Fernando. O acordo contempla todos que entraram na Justiça até 31 de dezembro de 2016.

A despedida

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Diante da debandada de deputados de seu partido, o líder do PSB na Câmara, Júlio Delgado (MG), atacou os que estão de mudança: “A gente não perde aquilo que nunca teve”. Referindo-se a Heráclito Fortes (PI), Tereza Cristina (MS), Adilson Sachetti (MT) e José Reinaldo (MA), ele disse que “a origem ideológica deles nunca foi no nosso campo”.

Sonho sonhado

Enquanto uns saem, outros são aguardados. Delgado afirma que o PSB ainda sonha em lançar o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa para o Palácio do Planalto no ano que vem. “Estamos trabalhando nisso. Fizemos uma visita a ele, mas não tem prazo. Ele é um cara do campo progressista, que tem comprometimento com políticas sociais”, explica.

Giba entra na quadra da política

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O ex-jogador de vôlei Giba, campeão mundial e olímpico, filiou-se ao PSD, durante convenção do partido em Curitiba. Ele posou sorridente ao lado de Ratinho Júnior, presidente estadual do PSD e pré-candidato ao governo do Paraná. Mas não revelou se pretende concorrer a algum cargo nas eleições de 2018.

Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil; Marcelo Camargo/Agência Brasil; Jefferson Rudy/Agência Senado; Alan Marques/Folhapress; divulgação