Um grupo, considerado o pilar da nova vanguarda de estilistas em Londres, defendeu nesta segunda-feira (19) seu espaço no penúltimo dia da Semana de Moda britânica.

A fantasia e os pastéis de Roksanda, o couro e as lantejoulas de David Koma, as transparências e a renda de Christopher Kane deram vida a seus diferentes estilos nas passarelas.

Mesmo sem compartilhar as mesmas nacionalidades, nem idades, eles têm um ponto em comum: os três são ex-alunos da Central Saint Martins, a prestigiosa escola de moda londrina.

– Roksanda, a elegância abstrata –

A sérvia Roksanda Ilincic desfila com sucesso na capital britânica desde 2005. Presente em 40 países, sua marca dispõe de uma linha de roupas infantis, a Blossom, e frequentemente veste estrelas e personalidades, entre as quais estão Kate Middleton, Melania Trump e Emma Watson.

A estilista inspirou-se na artista gráfica Caroline Denervaud, esquadrinhando suas formas minimalistas para imaginar um guarda-roubas transbordante de elegância e poesia para a temporada outono-inverno 2018-2019.

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Vestidos longos, amplos e luminosos, ajustados na cintura com cintos largos, parecem à primeira vista acessórios abstratos que convidam à contemplação.

Ponchos listrados e casacos em cashmere com corte reto até o meio da perna são, ao mesmo tempo, elegantes e estruturados, com texturas acolchoadas, enquanto lenços cobrem todo o peito.

“Sou uma criadora que sempre se fixa nas mulheres. Como se vestem, como protegê-las”, explica Roksanda Ilincic nos bastidores.

A paleta traz cores vibrantes, pastéis e desbotados, como o amarelo, o rosa brilhante, o azul elétrico, o dourado e o cáqui.

– David Koma, a geometria sexy –

Grande especialista em vestidos curtos de noite, este georgiano apresentou sua primeira coleção com apenas 15 anos, antes de se radicar em Londres em 2003 e de se tornar o diretor criativo de Mugler, entre 2013 e 2017.

Organizado em uma igreja em pleno coração de Londres, o desfile contou com uma constelação de estrelas, como as modelos Lara Stone e Jourdan Dunn na primeira fila.

Fiel a seu DNA, o criador propôs uma coleção elegante e sexy, pensada para a noite. Os vestidos são curtos, decotados e transparentes. Justos na cintura, amplos nos quadris, de couro, seda ou algodão, cobertos com estampas de plumas e lantejoulas.

Inspirado no trabalho do fotógrafo etnológico Edward Curtis (1868-1952), David Koma apresentou uma coleção repleta de preto e branco.

– Christopher Kane, renda ou nada –

Considerado um dos motores da nova onda britânica, o jovem estilista escocês criou sua marca em 2006. Com fama de audacioso e inclinado ao pós-modernismo, Kane recebeu várias vezes o prêmio Fashion Awards, o mais cobiçado da moda britânica.


Nesta segunda, o estilista escolheu como cenário a Tate Britain, a galeria nacional de arte britânica, onde propôs uma coleção atrevida, quase escandalosa.

Orgulhosas de sua sensualidade e provocantes, as modelos de Christopher Kane vestiram minivestidos vermelhos, feitos com uma belíssima renda, justos e que ocultavam apenas algumas partes do corpo.

Amante da renda, o estilista a combinou em sua coleção com estampas florais de seda para criar pequenos vestidos retos, usados com botas pretas.

Às vezes, também mais sombrio e mais enigmático, o guarda-roupas de Kane parece olhar para a Via Láctea, com túnicas pretas, longas e retas, pontilhadas com pontos brancos, como uma noite estrelada.


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