Quem vê  Gusttavo Lima nos dias de hoje rico e bem-sucedido, não imagina o que ele já passou na vida para conquistar tudo o que tem. Em entrevista para Leo Dias, o cantor falou dos dramas eu enfrentou em sua vida.

No bate-papo, Lima lembrou da casa que perdeu quando tinha 2 anos de idade: “A gente morou três meses debaixo de um pé de manga”, disse ele, que é o caçula de oito irmãos. “Minha casa pegou fogo. Meu irmão botou fogo brincando. Não tinha energia elétrica, não tinha luz, era lamparina, que você colocava querosene, um pavio e colocava o fogo ali e iluminava a casa inteira a noite toda. Não tinha geladeira. Não tinha fogão. Era fogão à lenha. A carne que a gente comia ficava em uma lata, era carne de porco conservada na manteiga do porco que meu pai trabalhava para comprar e minha mãe colocava um pedacinho no prato de cada um porque se colocasse a mais não dava porque era menino demais. Oito filhos! Era menino para dar com o pau”, recordou ele.

O sertanejo ainda falou sobre quase ter desistido da carreira. “Falei que não ia cantar mais. Voltei para a casa dos meus pais na roça, em Presidente Olegário (MG). Depois de uma semana, todo mundo estava desesperado, shows vendidos o ano inteiro. Aí chegaram uns cinco atrás de mim e me convenceram de novo. Mas eu estava disposto a abandonar tudo. Naquele momento a única coisa que eu não queria que falassem comigo era de música. A gente só dá valor depois que perde e fica com uma culpa gigantesca, que, se você não tiver Deus e pessoas boas do seu lado, você cai em depressão”.

Saudoso, Gusttavo lamentou a morte da mãe, dona Sebastiana Maria, e da irmã, Luciana Reis Lima. “Perdi minha irmã em 2012 e a minha mãe em 2015. Foi uma porrada atrás da outra. Quando eu estava fazendo de 30 a 32 shows por mês, estava no interior de São Paulo fazendo show, o telefone toca às duas da manhã. E eu sempre durmo muito tarde. Peguei no sono e meu irmão que trabalhava comigo na época ligou e falou: ‘Gustavo, levanta aí que preciso conversar com você. A Luciana, nossa irmã, acabou de falecer’. Fiquei sem reação, sem saber o que fazia. Estava fazendo 30 shows por mês e nem sabia o que estava vivendo porque era praticamente um boneco. Me colocavam em cima do palco e eu cantava. Eu não tinha nem noção de nada e comecei a ver as coisas de uma forma diferente”, contou.

O artista concluiu falando da pandemia do novo coronavírus e das lives virtuais que fez: “Quando veio a pandemia e passou a primeira semana, a gente estava sem saber o que fazer porque os eventos foram cancelados, muitos shows com ingressos vendidos e eu vendo alguns artistas fazendo lives nas redes sociais. E oito meses atrás, antes da pandemia, eu transmiti três eventos via YouTube. Era um show sem público e as pessoas começaram a curtir em casa. Falando de uma forma sustentável, a partir do momento que você tira dos artistas sua principal fonte de renda, de uma forma ou de outra, fico muito feliz por ter iniciado um movimento em que vários artistas puderam sustentar suas equipes através dos patrocínios. É muito louco porque as pessoas que te acompanham em casa começaram a te ver de uma forma diferente. As primeiras lives foram extremamente caseiras, do jeito que eu sou, as pessoas puderam ver a verdade do artista.”

Veja a entrevista na íntegra: