“Estava desempregada, com a filha também desempregada, e não estávamos dando conta de pagar aluguel e comprar comida. Quando falaram da ocupação, decidimos arriscar”, conta Marlene Vaz da Silva, de 45 anos, uma das pessoas que invadiram o terreno em Área de Preservação Permanente (APP) da Represa Billings, na zona sul da capital.

Marlene contou que vem dormindo no barraco de lona e madeira, com fiação elétrica puxada por vizinhos, há duas semanas, e tem esperança de que possa ficar no local de forma definitiva. “Vamos ver o que dá. Eu não tinha condições, tenho netos pequenos. Precisava arriscar”, afirma.

Vários dos invasores com quem a reportagem conversou na quarta-feira, 27, têm a mesma história, que começa com desemprego, passa pela alta de preços no comércio, aluguéis caros e endividamento. Tudo desemboca quase sempre em despejo do local em que viviam.

“Eu estou desempregada, minha mãe, minhas irmãs. Só um dos nossos irmãos está trabalhando. Ele compra comida para a família inteira”, diz outra invasora do terreno, cujo nome não informou a mando dos coordenadores da invasão.

Lotes

O terreno da Emae está dividido em quatro lotes. No mais recente deles, na Estrada do Alvarenga, no lado oposto ao da represa, uma camada asfáltica já foi passada no chão, o que permite o acesso de carros. Nos lotes do lado do leito da represa, há apenas a construção das casas. As ruas ainda estão feitas de chão batido e passam ao lado de caminhos de água que cheira a esgoto e escorre em direção ao manancial.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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