A inauguração de um santuário com uma estátua de Lúcifer na cidade de Gravataí (RS) – localizada na região metropolitana de Porto Alegre (RS) – foi barrada por uma decisão da Justiça do Rio Grande do Sul nesta terça-feira, 13. O local do espaço foi mantido sob sigilo pela Nova Ordem de Lúcifer na Terra e as autoridades alegaram que tal “ocultação” poderia acarretar em “situações catastróficas”.

A imagem foi encomendada pela Nova Ordem de Lúcifer na Terra e havia a expectativa de que 100 pessoas comparecessem ao evento de abertura do local. O endereço do espaço, que fica na zona rural de Gravataí, foi mantido sob sigilo pelos representantes do culto após receberem ameaças de morte e vandalismo no santuário.

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Após o anúncio da Nova Ordem de Lúcifer na Terra que uma estátua da divindade e um santuário em sua homenagem seriam construídos em Gravataí, surgiram boatos de que a administração municipal teria investido dinheiro público nas obras do espaço, fato que foi negado pelos representantes do culto e da prefeitura.

Em nota, a Prefeitura de Gravataí declarou que não tinha sequer conhecimento da criação do santuário. Em contato com o site IstoÉ, o Mestre Lukas de Bará da Rua, que representa o culto, informou que o sítio foi adquirido em março deste ano e a imagem de Lúcifer demorou dois meses para ser construída, exigindo um gasto de R$ 35 mil.

Segundo o representante da Nova Ordem de Lúcifer na Terra, os boatos são consequência de intolerância religiosa. Conforme Mestre Lukas, a ideia do santuário é desmistificar a sua religião. “Para nós não são demônios, são deuses que foram atacados pelo cristianismo”, declarou o homem.

Posteriormente, a administração do município anunciou por meio de outro comunicado que o templo foi interditado pela 4ª Vara Cível do Fórum de Gravataí em tutela de urgência sob pena de multa diária de R$ 50 mil. De acordo com a prefeitura, o santuário não tinha alvará de funcionamento e CNPJ constituído, além de gerar insegurança aos moradores com a repercussão.

Na decisão da Justiça, as autoridades observaram que a liberdade religiosa é um direito fundamental, mas os templos devem cumprir exigências para seu pleno funcionamento. Na sentença, foi citado que o local não possui alvará ou plano de prevenção contra incêndios, algo que, somado ao sigilo do endereço, poderia resultar em “situações catastróficas”.

Em publicação no Instagram, Mestre Lukas e Tatá Hélio de Astaroth, outro representante do culto, alegaram ser um caso de “intolerância religiosa” e criticaram a decisão. “Se o prefeito estivesse preocupado com a nossa segurança, ele mandaria a guarda municipal vir aqui dar suporte. Ele não está preocupado com isso, só quer barrar nossa cerimônia”, pontuou Tatá.

*Com informações do Estadão