O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, disse que a instituição terá condições de discutir um possível corte de juros em junho, quando estarão disponíveis mais dados econômicos, em especial de inflação.

“Nós ainda não discutimos nada sobre futuros ajustes dos juros”, afirmou Guindos em entrevista ao jornal grego Naftemporiki, reproduzida no site do BCE nesta terça-feira, 19. “Precisamos coletar mais informações. Em junho, também teremos novas projeções e estaremos preparados para discutir isso”, acrescentou, referindo-se a um possível relaxamento da política monetária.

Segundo Guindos, o maior risco para esse cronograma seria uma combinação de rápido avanço dos salários e fraca produtividade.

“Esses dois fatores juntos podem levar a um aumento significativo nos custos unitários do trabalho”, disse Guindos. “E isso é um risco, especialmente para a inflação de serviços, porque os serviços exigem muita mão de obra e estão protegidos da concorrência estrangeira”.

O BCE busca trazer a inflação da zona do euro de volta à sua meta oficial de 2%. Em fevereiro, a taxa anual da inflação ao consumidor (CPI) do bloco ficou em 2,6%, desacelerando ante 2,8% em janeiro.