Início do ano, momento de traçar metas e um dos itens de muitas pessoas é a perda de peso. Uma medida para saber o estado de saúde é o  índice de massa corporal (IMC), uma fórmula que muitos médicos e muitos pacientes, embora muitos profissionais de saúde já o questionem há algum tempo.

Neste índice são calculados apenas peso e altura em metros quadrados, sem levar em consideração sexo, idade ou atividade física realizada pela pessoa. Quem estiver entre 18,5 e 24,9 é considerado saudável. Ou pelo menos era. Uma pesquisa da British Dietetic Association (BDA) descobriu que, em pessoas mais velhas, estar dentro do que é considerado excesso de peso (entre 25 e 30) pode ter efeitos protetores na sua saúde.

Mary Hickson, coautora da revisão de estudos publicada no final do ano passado, explica que, em comparação com grupos etários mais jovens, as pessoas entre os 70 e os 80 anos têm um risco menor de morte se tiverem um ligeiro excesso de peso. “Existem outros fatores, como o exercício, que são mais importantes”, afirma. Este fato é conhecido como o paradoxo da obesidade, que afirma que o excesso de peso pode estar relacionado com uma maior sobrevivência em determinados grupos de pessoas.

Um índice de massa corporal entre 28 e 30, que pode indicar obesidade grau 1 em pessoas mais jovens, seria considerado normal em termos de peso em pessoas mais velhas, portanto não seria realmente excesso de peso.

Ter o IMC como único indicador de excesso de peso é um erro, segundo alguns especialisyas. Os idosos podem estar dentro da normalidade, mas quase não têm massa muscular, o que prejudica a saúde. O problema de um idoso seguir uma dieta restritiva para perder peso é que, além da gordura, seus músculos também podem diminuir. Isso pode fazer com que ele fique mais frágil.

Independentemente do IMC, especialistas só recomendam a perda de peso em idosos nos casos em que patologias como artrose de quadril ou joelho limitam a mobilidade. É importante conhecer os hábitos alimentares dos idosos.

Também é importante avaliar a distribuição de gordura de cada pessoa. Se for distribuído de maneira uniforme pelo corpo, é muito menos prejudicial do que se se acumular no abdômen. No segundo caso, há maior risco de sofrer de síndrome metabólica, diabetes e doenças cardíacas.