O senador Styvenson Valentin (Podemos-RN) foi o convidado da live de ISTOÉ, na sexta-feira, 13. Capitão da polícia militar e graduado em Direito, durante a entrevista ao diretor de redação da revista, Germano Oliveira, ele falou sobre o combate a corrupção no país, sobre o foro privilegiado, prisão em 2ª instância, além de outros temas da política nacional, como a reeleição para presidência do Senado e da Câmara, economia – “Do jeito que está, nosso país vai cair num abismo.”

Na conversa, ele abordou a área da saúde, em especial o combate à pandemia do Coronavírus e o auxílio emergencial. Para o parlamentar, os discursos e pronunciamentos do presidente Bolsonaro em relação à vacina são imbecilizados, medíocres e lamentáveis. “Bolsonaro tem liberdade de expressão, mas não a liberdade de ofender as famílias, as pessoas”, disse.
Para o senador, que já sofreu com o Covid, a guerra política e a politização em torno do tema e da vacina é um deserviço gigantesco para os brasileiros. Ele acredita que foi precipitada a suspensão pela Anvisa dos estudos da CoronaVac, parceria entre o Instituto Butantan e farmacêutica chinesa Sinovac. Dissse mais. Para ele, o grande número de mortes, doentes e crescente número de casos é, ao cabo, por culpa da retórica presidencial. “A desobediência das pessoas em relação aos cuidados e ao enfrentamento do Coronavírus é reflexo das falas do presidente”. diz ele.

Styvenson Valentim se elegeu senador aos 43 anos no embalo e esteira da Operação Lava Jato e o propagado enfrentamento à corrupção. Mas, para ele, agora, o combate aos malfeitos vai de mal a pior diante do desmantelamento das instituições, que deveriam investigar, e a saída de Sérgio Moro do governo. “Estamos retrocedendo no combate à corrupção”, admite.
Na live, ele aponta o dedo para o Congresso, além do Palácio do Planalto, como corresponsável ao avanço nas leis, como  a prisão em 2ª instância e o fórum privilegiado. Ele cita a disputa a presidência da Câmara e do Senado com exemplos prontos e acabados de como o jogo político em Brasília supera, e muito, a expectativa dos cidadãos em relação ao fim da corrupção. “A política atrapalha o país. O que percebo é que existe uma preocupação muito mais individual e partidária que em defesa do povo”, finaliza.

Ainda no bate papo, ele defende o fim dos privilégios políticos e acredita que é a impunidade é o fator decisivo para muitas pessoas buscarem um mandato parlamentar para se proteger da prisão. “A aprovação do fim do foro privilegiado desmotivaria bandidos, pessoas de má fé, entrarem na política. Muitos deles estão com mandatos por causa do colete da impunidade. é um exagero a ampla proteção de parlamentares no Brasil”, afirma.