O governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi o entrevistado da live de Istoé, na tarde de sexta-feira (3). Na conversa com o diretor de redação da revista, Germano de Oliveira, Zema falou sobre o combate ao novo coronavírus, os desafios de lidar com recorrentes crises que o estado enfrentou no últimos tempos, como o desastre de Brumadinho e as catástrofes climáticas que arrasaram as cidades mineiras nas chuvas do início do ano.

No bate-papo, ele comentou sobre a crise fiscal que atacou fortemente os cofres estaduais, em função da crise sanitária e a baixa apuração no recebimento dos impostos.

“Tivemos que sacrificar o funcionamento da máquina pública. Estamos no modo de sobrevivência.”

O governador também fez uma revelação sobre sua carreira política: “o meu grande erro foi me importar com a política aos 54 anos. Não podemos terceirizar o nosso futuro”, avaliou.

Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, e com especialização em Harvard, nos Estados Unidos. Romeu Zema é natural de Araxá, cidade do Triângulo Mineiro. Empresário, ele comandou durante 26 anos as empresas da família que opera uma rede de varejo de eletrodomésticos com 430 lojas em seis estados e atua nos ramos de concessionária de carros, autopeças e postos de combustível.

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No grupo empresarial da família, ele foi cobrador, frentista, balconista, estoquista, caixa, comprador, vendedor, analista de marketing, analista comercial e gerente. A experiência de executivo deu-lhe a segurança de observar com outros olhos à máquina estatal. “O Brasil precisa de bons gestores no setor público”, entende.

Zema fez campanha e se elegeu com base no discurso de renovação da política. Aproveitou a onda de apoio ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e contra o PT, a nível nacional e local, e se elegeu com 72% dos votos.

Na conversa com Germano, ele disse que evita o confronto com o governo federal.

“Como venho do setor privado nunca entrei em polêmicas porque sei que cada um tem de manter o foco naquilo que é necessário e aqui em Minas já tenho incêndios demais para apagar”, diz.

“Acho que faltou uma coordenação nacional, mas a realidade sobrepõe as melhores práticas”, disse e emenda.

Ainda sobre Bolsonaro, ele disse: “O Brasil passa por uma situação lastimável tendo a família de um presidente sendo investigada. Mas sou contra o impeachment, a não ser que reste comprovado algum crime”, afirma.

Na live, ele falou sobre a situação fiscal do estado e afirma que os cofres mineiros perderam cerca de 3 bilhões de reais de ICMS de receita por conta do Covid-19 e afirma que todas as secretarias do estado tiveram que apertar os cintos no contingenciamento de gastos até passar a tormenta.

“Nós estamos nos tornando aqui num estado subnutrido. O que estamos aplicando nas estradas, não é suficiente sequer para tapar os buracos. O que nós estamos aplicando nos prédios escolares, não é suficiente sequer para mantê-los em pé. Então é algo que tem que ser temporário. Não dá para continuar assim. Estamos esperando a pandemia passar e a situação do fluxo de caixa normalizar para voltar ao normal. Nós ainda estamos no meio da Tempestade”, afirma.

Romeu Zema, que desde que começou a pandemia sempre minimizou a doença, a ponto de defender “que o vírus deveria circular”, nos últimos dias mudou o discurso. Apesar de contabilizar que Minas Gerais tem o segundo menor número de óbitos por 100 mil habitantes, ficando atrás apenas do estado do Mato Grosso do Sul, avalia que o momento pode ser um indicador que nós temos conduzido bem, mas agora entende que talvez os próprios números bons de Minas Gerais fez um que o mineiro de certa maneira relaxar um pouco. “Vamos fazer de tudo para que nenhum mineiro fique sem atendimento”, promete.


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