A atriz e cantora Ana Terra Blanco (ex-Malhação) e o diretor de teatro  e roteirista Claudio Torres Gonzaga foram os entrevistados da live da IstoÉ na última quarta-feira (24). Na conversa com o jornalista Rafael Ferreira, os convidados falam das próprias carreiras, dos projetos e, em especial, sobre o espetáculo digital “Mulheres Nascidas de Um Nome”, que  estreia nesta quinta-feira (25) e segue até a próxima terça (30), sempre às 18 horas, no YouTube. A peça é baseada no livro do argentino radicado em Portugal Claudio Hochman –  que contém cinquenta microcontos em prosa, todos a partir de um nome feminino. “Cada monólogo é tratado como um micro espetáculo”, afirma Claudio, diretor do espetáculo.

A atração teatral online também conta com a produção é da Raja Gebara Pictures. “Cada cena é uma micro peça e poderia ser apresentada individualmente como espetáculo. Esse é um mosaico que se você colocar uma lente de aumento, você vai ver que cada uma é uma micro peça. Mas se você olhar de longe, elas fazem um todo, um universo”, antecipa. Embora todos os contos da referida obra literária tenham como título nomes de mulheres, eles não pretendem descrever uma única pessoa. Em cada um deles, o autor joga com o imaginário coletivo do nome. No espetáculo, as artistas encenam 33 dos 50 nomes. “Estamos fazendo uma coisa que não é cinema, não é teatro ou TV, é isso aqui, uma plataforma nova”, diz o diretor do espetáculo.

No bate-papo, o diretor fala dos bastidores dos ensaios, das dificuldades com o fuso horário, além de lidar com um elenco de 28 atrizes, representando 11 países: Brasil, Portugal, Espanha, Panamá, Peru, Colômbia, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Costa Rica e Bolívia – duas cantoras indígenas, quatro artistas negras e uma atriz com Síndrome de Down. “O ensaio era de 15 minutos para cada atriz se apresentar. Tive que achar um horário para contemplar todas. Trocamos vários vídeos de sugestões pelo WhatsApp. É tudo novo”, afirma ele. “A esperança é que a mulher em casa consiga se identificar com a história e se fortalecer”, diz Ana Terra.

Segundo o diretor, os contos são apresentados em solo, duplas, trios ou em grupos, além de cenas musicais com canções com nomes de mulheres. Uma das músicas é interpretada por Ana Terra, que também é cantora. Roteirista de vários seriados de sucesso como “Brava Gente”, “Zorra Total”, “Sob Nova Direção”, “Sai de Baixo” e “A Grande Família”, Cláudio entende que “as atrizes são coautoras e criadoras deste mini espetáculo”. “Estou extasiada. É muita mulher talentosa”, conta Ana.

Mulheres Nascidas de um Nome será encenado em português, com duas cenas em espanhol. A apresentação contará com intérprete de Libras, utilizando gestos e sinais em substituição à língua oral. Além de uma cena interpretada totalmente na linguagem dos deficiente auditivos, para que o público não entenda e “se coloque” no lugar de quem tem problema de surdez. Esta cena especificamente será a única que não terá nenhum recurso musical. Na entrevista, o diretor conta que a maior dificuldade da montagem da peça era conciliar o fuso horário da equipe.

Sobre os projetos pessoais de cada um dos entrevistados, Ana Terra fala sobre alguns trabalhos na TV e sobre o lançamento do disco “Panapanã“, trabalho da sua banda “Fulanos e Ciclanos”, formada por ela e pelo marido, o ator e cantor Gabriel Chadan. No álbum, Terra conta com a participação especial do rapper MV Bill. “Vamos lançar duas músicas por mês e no final do ano o disco completo”, revela. Cláudio Gonzaga anunciou para dia 8 de maio uma outra peça, “O misterioso desaparecimento de W” e analisou o cenário econômico do setor da cultura no Brasil. “A cultura é um senhor business. O governo tem que entender isso”, finaliza.