O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, concluiu nesta segunda-feira (20) uma visita de dois dias à Turquia, onde reiterou o apoio dos Estados Unidos após o devastador terremoto no sul do país e reafirmou o estado das relações bilaterais.

Esta é a primeira visita de Blinken à Turquia, um país com o qual os Estados Unidos estão ocasionalmente em tensão.

O chefe da diplomacia americana encerrou a viagem com uma conversa de pouco mais de uma hora com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, no aeroporto de Ancara.

Durante o encontro, Blinken reafirmou seu apoio à Turquia, segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, diante do terrível terremoto que deixou cerca de 45 mil mortos naquele país e na vizinha Síria.

Na sua visita de domingo às zonas afetadas pelo terremoto, Blinken anunciou uma ajuda suplementar de 100 milhões de dólares às vítimas do desastre, após um primeiro pacote de 85 milhões.

A Turquia informou no mesmo dia que a maior parte de seus esforços de resgate havia terminado, depois de mais de 24 horas sem encontrar nenhum sobrevivente.

Blinken e Erdogan reiteraram nesta segunda-feira a necessidade de trabalhar “mais estreitamente” em várias questões bilaterais, incluindo defesa, energia e comércio, e discutiram o apoio de ambos os países à Ucrânia.

Pouco antes de seu encontro com o presidente turco, Blinken reiterou suas declarações do dia anterior sobre a suposta intenção de Pequim de fornecer armas à Rússia em seu ataque militar a Kiev.

“Isso representaria um problema real para a China em suas relações com muitos países, não apenas com os Estados Unidos”, alertou na segunda-feira.

Em sua visita à Turquia, Antony Blinken também anunciou que Washington quer vender caças F-16 para Ancara, uma questão que vem atrapalhando as relações entre os dois países há anos.

“A administração Biden apoia fortemente o pacote para modernizar os F-16 (aviões) existentes e fornecer novos” dispositivos à Turquia, declarou o secretário de Estado, embora o “cronograma formal” esteja sujeito à aprovação do Congresso dos EUA.

A Turquia é um “aliado e parceiro da OTAN”, portanto esta entrega é de “interesse nacional” e de interesse da Aliança, acrescentou numa conferência de imprensa com o seu homólogo turco, Mevlut Cavusoglu.

A potencial venda de F-16 para a Turquia, prometida pelo presidente Joe Biden, encontrou resistência no Congresso dos EUA devido à situação dos direitos humanos na Turquia e ao bloqueio turco à Finlândia e à adesão da Suécia à OTAN.

O chanceler turco disse que “seria injusto” tornar a entrada desses países uma “condição” para a venda dos F-16.

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